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Movido Pela Eternidade - John Bevere - Capítulo 03

Leitura do livro - Por Rosaine Dalila Scruff


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John Bevere - Movido pela Eternidade
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O DIA DO JUÍZO I

Capitulo 3A


Jesus usava sempre estas ilustrações quando falava ao povo, pois os profetas disseram que Ele usaria muitas. Ele nunca falava sem contar pelo menos uma ilustração. Tinha sido profetizado: “Eu falarei por meio de ilustrações; explicarei mistérios escondidos desde o princípio dos tempos”.

Mateus 13:34-35, NVI

Grande Salão era mais espetacular do que qualquer coisa que Independente jamais havia imaginado encontrar. Se ele tivesse a chance de contar a experiência às outras mil e quinhentas pessoas que ainda estavam aguardando, ele não teria palavras nem critério de referência para descrever a sua grandeza. Sua arquitetura tornava tudo o que ele conhecia em Endel obsoleto. O auditório estava cheio possivelmente com cem mil pessoas que aguardavam. Ele nunca havia visto tantas pessoas em um só lugar ao mesmo tempo.

Ao se aproximar, Independente teve um vislumbre do conjunto de cidadãos de Affabel.

Primeiro, ele observou que eles eram seres reais com rostos radiantes. Depois, ele ficou desconcertado com sua beleza impressionante. Era como se eles fossem de um outro mundo (Essa transformação em seus corpos acontecia porque a todos eles era permitido comer da árvore da vida). Ele se perguntou: Será possível que estes sejam ex-endelitas? Então, ele viu alguém conhecido. O nome dela era Bondade. Ela era alguns anos mais velha do que ele, e ele se lembrava de como ela era constantemente ridicularizada por sua aparência sem atrativos. Agora ela estava esplêndida. Seus traços eram os mesmos, o que fazia com que ela fosse reconhecida, mas de algum modo ela agora era mais bonita do que qualquer pessoa que ele havia conhecido em Endel.

Na verdade, todos a quem ele olhava, até o menos favorecido em beleza, era muito mais atraente do que qualquer pessoa que ele havia visto.

Após recuperar-se deste choque inicial, ele percebeu que todos que aguardavam estavam concentrados em uma área bem à frente dele. Era diferente de qualquer coisa que ele já havia visto. Era um trono. Mas esta descrição não fazia justiça a ele, pois era realmente um trono extremamente glorioso. Seus olhos caíram sobre aquele que estava sentado sobre ele, e em um instante ele percebeu a fonte de toda a majestade da cidade.

Toda ela vinha dele. Este deve ser Jalyn, pensou Independente. De repente, ele acreditava profundamente naquele a quem havia negado tão enfaticamente.

As feições de Jalyn eram belas porém severas, pelo menos naquele momento – maravilhosas mas assustadoras seria uma descrição mais precisa. Toda a sua aparência era fascinante, porém, a cada passo que Independente dava em direção a ele, o terror crescia firmemente em seu coração. Qualquer vestígio de confiança que ele pudesse ter tido agora desaparecera completamente. O que seria dele? Independente tentava manter a compostura repetindo para si mesmo que estava se aproximando de um líder misericordioso. Ele estava em conflito porque estava começando a duvidar de que receberia uma sentença favorável.

Enquanto ele continuava a se aproximar, foi-lhe ordenado que permanecesse em uma plataforma estreita na metade do caminho para cima. Elevando-se acima dele, em seu trono, estava Jalyn. Ele era a essência de alguém que é resoluto em seus propósitos e dirigiu-se à assembléia:

“Todos... reconhecerão e saberão que Eu Sou aquele que sonda mentes (os pensamentos, sentimentos e propósitos) e [o profundo dos] corações, e vos darei a cada um [a recompensa pelo que fizeram] segundo as vossas obras”.

Apocalipse 2:23, NVI

Independente estava ouvindo com os outros, quando de repente Jalyn olhou-o diretamente nos olhos e disse: “Preste-me contas da sua mordomia”.

Antes que Independente pudesse pronunciar uma palavra, uma enorme tela acima do trono começou a exibir um retrospecto de sua vida em Endel desde o primeiro dia na escola até o dia anterior. Cada ato, palavra e motivo era exibido e revelado àquela multidão de testemunhas. Ele estava impressionado com esta revelação que agora tinha de Jalyn. “E não há criatura que não seja manifesta na Sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão abertas e expostas, nuas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”.

Independente encolhia-se ao ver os seus atos insensatos, maus e egoístas serem exibidos. Deparar-se com tudo aquilo diante de uma assembléia tão grande era algo imprevisto, constrangedor e chocante. O que parecera insignificante e até inofensivo em Endel, agora parecia terrível diante daquele glorioso juiz e dos cidadãos reais de Affabel. Ele estava aterrorizado com o seu próprio comportamento. Como ele pôde ter sido tão mal direcionado, tão insensível, tão tolo? Ele esforçou-se por encontrar um vislumbre de esperança; ele achava que havia mais atos bons do que maus.

Quando o filme de sua vida terminou, ele sentiu-se aliviado, embora esperasse uma terrível repreensão e algum tipo de punição. Ele ficaria feliz em ser o último daquela assembléia. Ele estava certo de que Jalyn veria que o seu lado bom superava o seu lado mau.

Jalyn então perguntou ao Chefe dos Escribas: “O nome de Independente está escrito no

Livro da Vida?”

Sem hesitar, o Chefe dos Escribas respondeu: “Não, meu Senhor”.

Então Jalyn falou: “Independente, você é culpado por escolher uma natureza maligna e deve ser levado à terra abandonada de Lone para passar o resto de sua vida no tormento das trevas, desespero e solidão absoluta”.

Chocado, Independente clamou: “Senhor, por quê?”

“Você não acreditou em mim”, respondeu Jalyn; “Seus professores o ensinaram: ‘Se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados’3; e eles também ensinaram:

‘E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro

nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos’”.

Independente continuou: “Mas Senhor Jalyn, e quanto às minhas boas obras? Elas não foram maiores que as más?”

O Senhor Jalyn respondeu: “Não se trata de você quebrar a lei muito ou pouco, pois ‘a pessoa que guarda todas as leis de Deus, mas comete um só pequeno deslize, é tão culpada quanto a pessoa que quebrou todas as leis que existem’.

Independente reuniu um pouco de ousadia e respondeu: “Então, como pode alguém ser salvo?”

Jalyn não respondeu imediatamente à sua pergunta, mas em vez disso, lançou um olhar sobre uma cidadã de Affabel que parecia ser uma sub-governante de Jalyn, pois sentava-se em um trono semelhante, porém menor. A mulher disse: “Os seus professores não lhe disseram que ‘Jalyn salvou vocês por seu favor especial quando vocês creram.

E vocês não podem receber o crédito por isso; é um dom de Jalyn’? A salvação não é uma recompensa pelas boas coisas que fizemos, para que nenhum de nós possamos nos gabar disto”.

Jalyn continuou dizendo: “Há muito tempo, paguei o preço pelas leis que foram e que seriam quebradas pelos cidadãos. Era impossível qualquer pessoa deixar de pecar contra mim ou redimir-se a si mesma por suas traições, mas porque eu amei a todos, eu paguei pessoalmente o preço. Então, a minha salvação é um dom que não pode ser conquistado; você não poderia ter feito boas ações suficientes para merecer a cidadania em Affabel. Ela vem quando alguém crê em mim. Mas você rejeitou o que eu fiz para salvar a sua vida”.

Atônito, Independente ficou em silêncio por alguns instantes, e depois respondeu com seriedade: “Entendo”.

Ele sentiu-se como se estivesse a ponto de afogar-se em um mar de desesperança.

Buscando algo em que pudesse se agarrar, ele questionou: “Então, tudo o que fiz foi por nada?”

Jalyn respondeu: “Mais uma vez está escrito: ‘Porque os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, nem são lembrados. O que quer que tenham feito durante sua vida – amar, odiar, invejar – há muito já ficou para trás. Eles não têm coisa alguma’”. E novamente: “Porque o maligno não terá bom futuro; e a lâmpada dos perversos se apagará”.

Independente foi pego de surpresa pelas palavras de Jalyn e permaneceu mudo. Ele lamentou todas as aulas que deixou de frequentar. Talvez se ele tivesse comparecido, ele poderia ter ouvido a verdade e não ter cometido esse erro fatal com sua vida.

Nos momentos de silêncio que se seguiram, outro pensamento lhe veio à mente. Foi o pensamento com o qual ele havia se consolado o dia inteiro; ele reuniu sua coragem novamente: “Sim, o que disseste é verdade, mas, Jalyn, tu és um rei misericordioso!

Como podes me mandar embora se isto é verdade?”

Jalyn respondeu: “Sou um rei misericordioso, e é exatamente por isto que o estou mandando embora. Por ter escolhido gastar o seu tempo em Endel da forma que você escolheu, você escolheu permanentemente a sua natureza, que é a de Dagon, o senhor das trevas. Como eu poderia ser misericordioso, verdadeiro e amoroso, se permitisse que a sua fibra de imoralidade poluísse a pureza desta grande cidade? Eu colocaria os inocentes de Affabel no caminho do perigo. A natureza que você escolheu logo se manifestaria e assim corromperia milhares de vidas puras. Você escolheu o seu próprio caminho. Você será recompensado por isto exatamente como aquele a quem você seguiu, Dagon. Se eu der a você menos do que dei a ele, então eu seria um líder injusto, e isto eu não sou!”

Jalyn então dirigiu-se a toda a assembléia e citou o antigo ditado de seu pai: “O que despreza a Palavra a ela se apenhora, mas o que teme o mandamento será galardoado”.

O que ocorreu em seguida deixou a assembléia com uma atmosfera solene. “Então ordenou o réu aos serventes: ‘Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Gritos de horror e a agonia do pavor tomaram conta de Independente enquanto ele era amarrado pelo Chefe da Guarda e levado em direção à porta lateral do auditório. Não se ouvia um único som entre os milhares que aguardavam. Eles contemplavam com tristeza enquanto alguém que havia desperdiçado sua vida de forma tão insensata era levado para a sua punição eterna.

Ao sair do prédio, ele foi colocado em outra grande sala de espera. Ali havia milhares de celas com grades brancas, onde ficavam os condenados até que o número de todos os que seriam sentenciados ao exílio estivesse completo. Acima da entrada para esta área, estavam escritas as seguintes palavras:

Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras (no sangue do Cordeiro), para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.

Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira.

Apocalipse 22:14-15

Independente olhou para as palavras; a raiva cresceu dentro dele. Ele agora estava sob a total influência de sua natureza. Qualquer bem que houvesse em seu caráter antes agora havia sido inteiramente engolido pela própria fibra moral que ele escolhera. Seu comportamento deteriorou-se rapidamente para o de um cachorro louco. Sem a influência do rei, ele foi inteiramente entregue a uma mentalidade condenável.


ENGANADO DIANTE DE JALYN

Algumas horas se passaram. Muitos já haviam sido chamados para fora do Salão da Justiça; ainda aguardando entre as poucas centenas que restavam, encontravam-se Enganado, Enfraquecida e Vida Dupla. Enganado ainda exibia uma atitude otimista, e seu comportamento mantinha os outros esperançosos também.

As portas se abriram e os quatro guardas reais novamente apareceram, desta vez chamando por Enganado. A tensão tomou conta dele, e ele começou a tremer; sua hora havia chegado. Para disfarçar seu nervosismo, o que ele era bom em fazer, disse aos que ainda ficavam: “Bem, rapazes, o meu número chegou!”

Depois de ser informado a respeito do protocolo, as portas que davam para o Salão do Julgamento se abriram e Enganado foi escoltado pelo corredor principal. Ele experimentou sentimentos semelhantes aos de Independente. Assim como ele, viu o tamanho e a beleza do salão e as fisionomias dos cidadãos. Enquanto caminhava pelo corredor, reconheceu várias pessoas que havia conhecido na Escola de Endel e que haviam se formado um ou dois anos antes dele. Ele reconheceu mais cidadãos do que Independente, já que Enganado quase nunca perdeu uma reunião da escola.

Uma pessoa que ele reconheceu entre os cidadãos de Affabel e que não assistia às aulas foi um homem chamado Impiedoso. Ele era conhecido como um dos mais notórios homens maus da comunidade de Endel. Enganado parou bruscamente perguntando-se: O que ele está fazendo aqui? O Chefe da Guarda fez um sinal para Enganado indicando que ele poderia falar com aquele homem.

Enganado foi até ele e perguntou: “Você é Impiedoso?”

O homem respondeu: “Um dia fui conhecido como Impiedoso, mas o Senhor Jalyn mudou o meu nome no Trono do Julgamento para Reconciliado”.

Enganado perguntou: “Como você veio parar aqui, em Affabel? Você era considerado um homem mau pela maioria das pessoas da nossa comunidade. Você nunca foi à escola e você se opunha a Jalyn mais do que qualquer pessoa que eu conheça!”

Reconciliado respondeu: “Sim, é verdade; mas eu odiava ser quem era e fazer o que fazia. Como não frequentei a escola, eu nunca havia ouvido a palavra transformadora de Jalyn. Entretanto, uma semana antes do dia do meu julgamento, fui comer no restaurante de Caridade. Ela sabia que a minha vida era um fracasso, e de algum modo, detectou a minha dor. Ela pagou o meu jantar com uma condição, a de que eu ficasse e conversasse com ela. Então, ela passou duas horas falando-me a respeito de Jalyn, de sua bondade, de sua salvação, e deste lugar chamado Affabel.

Reconciliado continuou: “Ela explicou que não era tarde demais para que eu entregasse a minha vida a este grande líder. Eu ainda podia ser perdoado incondicionalmente e aceito como cidadão do seu reino. Fui dominado pelo amor de Jalyn e comprometi o resto de minha vida ao seu senhorio. Embora eu só tenha podido servi-lo por uma semana em Endel, eu o fiz de todo o coração. Procurei aqueles a quem eu havia oprimido ou de quem havia roubado, e pedi que eles me perdoassem. Devolvi mais do que lhes havia tirado”.

Enganado estava sem fala. Ele olhou novamente para o guarda, que assentiu afirmativamente. Reconciliado então voltou ao seu lugar, e Enganado continuou andando em direção ao trono.

Enquanto caminhava, ele não podia deixar de ponderar sobre o que acabara de ouvir. Ele havia ouvido falar da grande misericórdia de Jalyn, mas agora havia testemunhado isso de uma forma incrível. Aquele homem havia sido uma das piores pessoas que ele já havia conhecido, e agora ele era tão parte da realeza quanto os demais. Enganado estava convencido, mais do que nunca, de que obteria o favor de Jalyn, pelo fato de crer nele de uma maneira tão forte.

Quando Enganado apresentou-se diante do trono, recebeu a mesma ordem de Independente: “Preste-me contas da sua mordomia”.

Assim como Independente, ele testemunhou sua vida na grande tela, desde o primeiro dia de escola até o dia anterior. Que alívio ver a sua fiel frequência à escola e o seu apoio aberto a Jalyn diante da assembléia. No entanto, logo ele ficaria horrorizado. Seu estilo de vida o acusava. Ele havia justificado o seu comportamento, mas quando veio à luz diante deste majestoso juiz e destas testemunhas moralmente puras, ficou constrangido e envergonhado. Quando a revelação de sua promiscuidade sexual foi levada ao conhecimento daquela assembléia real, ele desejou rastejar até um buraco e esconder-se.

Não apenas os seus atos foram trazidos à luz, como também os seus motivos e intenções. Como Jalyn podia saber dessas coisas? Como ele podia julgar Enganado por coisas que ninguém sabia? Seus segredos mais íntimos já não estavam mais ocultos.

Toda a assembléia assistiu à sua luxúria por ganho nas suas transações de negócios, nas vendas de suas casas, e no desenvolvimento de terras. Eles viram a difamação e a maledicência que ele costumava utilizar para conseguir o que queria. Parecia que tudo o que ele fizera era movido pelo seu desejo de ter mais. Ele queria tudo à sua maneira, e tudo para si. Contra os fatos não havia argumentos. Entretanto, ele consolou-se no fato de que nada disso realmente importava, porque ele acreditava em Jalyn e professava sua lealdade a ele.

Depois que sua vida foi inteiramente revista, Jalyn então voltou-se para o Escriba Real e perguntou: “Enganado está inscrito no Livro da Vida?”

O Escriba respondeu: “Não, meu Senhor”.

Jalyn anunciou: “Enganado, você é culpado por me negar, e deve ser levado à terra abandonada de Lone para passar o resto de sua vida no tormento das trevas, desespero e solidão profunda”.

Enganado ficou paralisado, completamente em choque. Sua mente corria: Não, deve ser um engano. Isto não pode estar acontecendo! Sou crente em Jalyn. O que ele quer dizer com “Me negar”?

Ele perguntou: “Como eu o neguei?”

Então Jalyn disse: “Você não ouviu quando seus professores advertiram acerca daqueles que ‘alegam conhecer Jalyn, entretanto o negam pelo seu modo de vida?’”.

Novamente, Enganado retrucou: “Mas, grande rei, eu frequentei a sua escola. Eu era fiel em não perder as aulas, e estava envolvido em muitas atividades. Eu até o chamava de Senhor!”

Jalyn imediatamente respondeu: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” Você não ouviu as minhas palavras quando eu disse: “Nem todos os que falam como gente religiosa são realmente assim. Tais pessoas podem referir-se a mim como “Senhor”, porém apesar disso não entrarão em Af abel. Porque a questão decisiva é se elas obedecem ao meu Pai do céu ou não... No juízo, muitos me dirão:

‘Senhor, Senhor, nós falamos aos outros a seu respeito, e usamos o seu nome’... Mas eu responderei: ‘Vocês nunca foram meus. Vão embora, porque as suas obras são más’”.

Enganado entrou em pânico: “Mas eu tive fé... eu acreditei em você, então, de acordo com a sua palavra, eu deveria ser salvo!”

Jalyn foi paciente, mas resoluto. Ele olhou para um cidadão na assembléia, um exprofessor da escola que agora se sentava em um trono menor, e disse: “Leia para Enganado o que você ensinou em suas aulas”.

Aquele cavalheiro leu o seguinte trecho das Sagradas Escrituras: “Queridos irmãos, que proveito há em dizer que vocês têm fé se não provam isso com suas obras? Esse tipo de fé não pode salvar ninguém... Não basta simplesmente ter fé. A fé que não é demonstrada por boas obras absolutamente não é fé – ela é morta e inútil. Ora, alguém pode argumentar: ‘Algumas pessoas têm fé, outras têm boas obras’. Eu digo: ‘Não posso ver a sua fé se vocês não têm boas obras, mas lhes mostrarei a minha fé através das minhas boas obras’. Vocês ainda acham que é suficiente apenas crer que existe um Jalyn? Bem, até os demônios crêem nisso, e eles tremem de terror! Tolos! Quando vocês aprenderão que a fé que não resulta em boas obras é inútil?”.

Jalyn repetiu: “Você disse que tinha fé, mas a fé não é fé se não for acompanhada pelas ações correspondentes de obediência. Não basta dizer que você crê, pois até os demônios crêem, mas certamente não são salvos. Aqueles que realmente crêem exibirão uma natureza transformada e não produzirão mais os frutos de uma natureza maligna.

Você demonstrou continuamente os frutos do maligno senhor Dagon, o que apenas evidencia que você nunca acreditou realmente em mim de todo coração”.

Enganado estava tendo dificuldades para compreender tudo o que estava sendo dito e respondido. “Mas e quanto àquele homem mau, Impiedoso? Eu era melhor do que ele!

Como você pode deixá-lo entrar e me deixar de fora? Você não está sendo justo!”

Jalyn respondeu: “Você diz: O Senhor não está sendo justo! Ouça-me... Quem está sendo injusto, eu ou você?... Se uma pessoa que vivia no pecado se arrepender de suas maldades e desobediências e passar a praticar a justiça, não será castigada com a morte. Receberá a vida como prêmio. Quem pensa na sua vida e se arrepende dos pecados que cometeu, será perdoado e viverá; não será castigado com a morte”.

Frustrado e zangado, Enganado vociferou: “Mas eu compartilhei a sua palavra e testemunhei às pessoas a seu respeito. Eu até me ofereci como voluntário para ser professor substituto na sua escola!”

Jalyn, agora sério, respondeu: “De que adianta ficar repetindo as minhas ordens escritas e as minhas promessas, se no fundo do coração você despreza a minha disciplina e desobedece à minha palavra? Você sente prazer em ver o ladrão roubar, e procura a companhia de quem rouba a mulher do próximo. Sua boca está sempre pronta a falar coisas ruins e espalhar mentiras. Com suas palavras de calúnia você procura destruir seu próprio irmão. Até agora estive calado, e por isso você pensou que eu não me importava; mas agora, chegou a hora do seu julgamento. Eu lhe mostrarei todos os seus pecados”.

Enganado estava mudo. Sua mente se revolvia, mas ele não tinha mais nada para dizer em sua defesa.

Alguns instantes se passaram. “Então ordenou o rei aos serventes: ‘Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’”.

Quando o Chefe da Guarda se aproximou, Enganado lançou palavras obscenas contra Jalyn, contra os guardas, e contra os próprios cidadãos de Affabel. Enfurecido, ele se contorcia violentamente. Qualquer bem que houvesse dentro dele foi engolido pela revelação de sua verdadeira natureza.

Ele teve suas mãos e pés atados e foi levado para fora do auditório, amaldiçoando a todos durante o trajeto. Assim como Independente, ele foi preso até que o julgamento de todos terminasse.

Quando Enganado deixou o auditório, Jalyn dirigiu-se à reunião de testemunhas: “Há daqueles que são puros aos próprios olhos, e que jamais foram lavados da sua imundícia”.


Capitulo 3B

ENFRAQUECIDADIANTE DE JALYN

Restavam menos de cem pessoas no Salão de Justiça; Enfraquecida e Vida Dupla estavam entre elas. Enfraquecida ficou o mais distante possível de Vida Dupla, pois ainda restava um amargo ressentimento contra ele em seu coração. Ele também a evitou.

Os quatro Guardas Reais entraram e convocaram a presença de Enfraquecida. Ela estava nervosa para saber para onde estava indo, mas grata por deixar Vida Dupla para trás. Como os outros, ela foi levada à entrada do grande salão, foi informada acerca do protocolo e conduzida para dentro.

Ao passar pelos cidadãos de Affabel, ela também reconheceu a muitos que haviam ido para lá antes dela. A maioria deles não era tão direta e apaixonada quanto à sua fé como ela havia sido enquanto estava na escola. Enfraquecida estava impressionada por ver ali várias pessoas que ela havia pensado que certamente estariam ausentes.

Enfraquecida aproximou-se do trono e percebeu os tronos menores que o cercavam.

Ela reconheceu alguns professores e outros que ela esperava ver como líderes do reino.

Entretanto, havia muitos outros sentados nesses tronos que a surpreenderam. Eles eram os cidadãos menos conhecidos de Endel. Havia ali também alguns que haviam sido ricos. Como poderiam os ricos estar em tal lugar de honra? Pensou ela consigo mesma.

Antes que sua mente pudesse responder, ela ouviu a voz de Jalyn: “Preste-me contas acerca de sua mordomia”.

A grande tela exibiu sua vida. Enfraquecida ficou satisfeita em rever seu período escolar. Todo seu trabalho voluntário, o estudo extra, e a liderança de turma foram uma boa indicação, na opinião dela. Ela estava orgulhosa de sua ousadia e diligência. No entanto, seu humor mudou quando foi demonstrada sua reação à mentira de Difamação.

Estava claro que ela havia se recusado a deixar aquele ressentimento de lado. Os problemas do seu coração foram expostos, e não eram nada bonitos.

Então, o seu relacionamento com Vida Dupla teve início. Ela nunca havia se arrependido de seu envolvimento com ele. Ela havia sempre se sentido uma vítima, colocando toda a culpa em Difamação e em Vida Dupla. Isso fez com que Enfraquecida nunca assumisse a responsabilidade pelas suas escolhas. À medida que sua vida se desenvolveu, ela viu a ira, a amargura e o desejo de vingança se multiplicarem. Embora houvesse conseguido suprimir parte disso, ela nunca havia lidado com a raiz desses sentimentos. Isto se revelava não apenas em seu ressentimento eterno contra Vida Dupla e Difamação, mas também no fato de que ela culpava Jalyn por seus infortúnios. Como ele havia permitido que um homem como Vida Dupla ensinasse em sua escola? O ressentimento e a falta de perdão estavam sendo expostos como algo duro e inexorável.

Ao término da exibição, estava claro que ela era uma mulher amargurada a quem faltava bondade para com os outros. Entretanto, mesmo com tudo isso revelado diante da grande assembléia, ela estava confiante de que o seu compromisso forte no princípio lhe garantiria o favor do rei. Ela temia uma pequena repreensão, mas nunca imaginou o que estava por vir.

Jalyn voltou-se para o Escriba Real: “O nome de Enfraquecida está escrito no Livro da Vida?”

O Chefe dos Escribas respondeu: “Não, meu senhor”.

Jalyn pronunciou seu julgamento: “Enfraquecida, você é culpada por desviar-se da justiça e por me negar por traição, e deverá ser levada à terra abandonada de Lone para passar o resto de sua vida em tormento de trevas, desespero e solidão profunda”.

Enfraquecida ficou atônita. O choque que teve foi ainda maior do que o de qualquer dos outros antes dela. Isto não podia estar acontecendo! Ela estava aprisionada em um sonho mau; não, em um pesadelo, e precisa acordar, de algum modo! Talvez ela tivesse entendido mal.

Incrédula, ela perguntou: “Jalyn, você disse que eu vou ser levada à temível terra de Lone?”

“Sim, Enfraquecida, você ouviu corretamente”, disse o rei.

“Como pode ser isto, Senhor Jalyn? Eu creio em você. Isto foi demonstrado claramente na exibição da minha vida. Eu tive uma vida boa como base para as minhas convicções. Sei que o meu coração se endureceu e que o amor dentro de mim morreu, mas isto não foi culpa minha. Foi culpa de Difamação e de Vida Dupla. Eles fizeram com que eu esfriasse”.

Jalyn respondeu: “Você se esqueceu das minhas advertências através dos seus professores? “A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos se esfriará, mas quem ficar firme até o fim será salvo”. Você não ficou firme até o fim.

Enfraquecida continuou: “Mas Senhor Jalyn, sou uma pessoa justa porque creio em você. Posso ter perdido o meu testemunho, mas sempre acreditei que quando uma pessoa é salva, ela seria sempre salva e jamais poderia perder sua salvação. Até alguns professores afirmavam isto. De acordo com eles, ninguém poderia me arrebatar da sua mão”.

Jalyn respondeu: “Sim, isto é verdade. Ninguém pode arrebatar você da minha mão, mas eu nunca disse que você não poderia se afastar. Somente você tem este poder. Pois você não leu nas Sagradas Escrituras: “Portanto, aqueles que chegaram a conhecer o nosso senhor e salvador Jalyn, e que escaparam das imoralidades do mundo, mas depois foram agarrados e dominados por elas, ficam no fim em pior situação do que no começo. Pois teria sido muito melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho certo do que, depois de o conhecerem, voltarem atrás e se afastarem do mandamento sagrado que receberam”. Se Eu afirmei que teria sido melhor para eles nunca terem conhecido o caminho da justiça porque eles estão pior agora do que antes de serem salvos, como você poderia acreditar que fosse impossível perder a salvação? Se ela nunca pudesse ser perdida, então como eles poderiam estar pior do que antes?”

“Por que você deu ouvidos a professores que ensinavam coisas contrárias ao que a minha palavra declarava? Registrei isto cuidadosamente para que todos pudessem conhecer o caminho da justiça. Por que você se permitiu ser enganada? Se você tivesse acreditado no que eu disse, você teria confrontado a amargura em seu coração. Em vez disso, você permitiu que ela crescesse sem controle com base no falso consolo da sua segurança incondicional, e agora está enfrentando um julgamento que poderia ter sido evitado”.

Enfraquecida suplicou: “Mas e quanto a todo o bem que fiz?”

O Senhor Jalyn respondeu: “Mais uma vez, você não leu o que eu declarei claramente através do meu Profeta? ‘Se as pessoas justas começarem a se voltar para os caminhos pecaminosos e começarem a agir como os outros pecadores, a elas será permitido viver? Não, é claro que não! Toda a sua bondade anterior será esquecida, e eles morrerão nos seus pecados. Mas vocês dizem: O Senhor não está sendo justo!” Ouçamme... Sou eu quem estou sendo injusto, ou são vocês? Quando as pessoas justas deixam de ser boas e começam a cometer atos pecaminosos, elas morrerão por isso. Sim, elas morrerão por causa dos seus pecados’. É exatamente como está escrito; a sua bondade e os seus atos de justiça são esquecidos e não lhe serão creditados”.

Ainda tentando entender, Enfraquecida disse: “Mas senhor, o senhor disse que se eu o confessasse como meu Salvador o meu nome seria escrito no Livro da Vida. Como é possível que ele não esteja mais lá? Por que o seu escriba não consegue achar o meu nome? Como ele pode ter sido apagado?”

O Senhor Jalyn, paciente, mas resoluto, respondeu: “Você não ouviu o que foi dito antes: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Aqueles que permanecem até o fim, até o juízo, são os que vencem; e eu disse claramente: ‘O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida’. Se eu disse que não apagarei o nome dele do Livro da Vida, significa que ele pode ser apagado. De outro modo, eu teria dito: ‘Se você me confessar como Senhor, o seu nome estará para sempre garantido no Livro da Vida’”.

Enfraquecida suplicou: “Como você pode me enviar para Lone, o lugar para onde os mortos vivos são enviados?”

Jalyn voltou-se para um dos sub-governantes: “Leia os escritos antigos que foram levados ao conhecimento dos cidadãos de Endel”.

O governante abriu em Provérbios 21:16 e leu: “Quem se afasta do caminho da sensatez repousará na companhia dos mortos” (NVI).

Enfraquecida ficou sem fala. “Então ordenou o rei aos serventes: ‘Amarrai-a de pés e mãos e lançai-a para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Quando o Chefe da Guarda se aproximou, ela amaldiçoou Jalyn. Enfraquecida foi dominada pela violência de sua amargura, e corrompida por sua natureza duplamente caída (ver Judas 12). Ela era como uma árvore no final do outono arrancada pela raiz sem que lhe restasse nenhum fruto de justiça.

Ela teve seus pés e mãos atados e foi levada em direção à porta lateral do auditório.

Do mesmo modo, foi colocada em uma das prisões. Quando ela deixou o auditório, o Chefe da Guarda informou à congregação de testemunhas:

“Queridos amigos, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados. Não haverá nada que possamos esperar, senão a terrível expectativa do juízo de Jalyn e do fogo vingador que consumirá os seus inimigos... Pois nós conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança. Eu retribuirei àqueles que a merecem’. Ele também disse: ‘O Senhor julgará o seu povo’. Horrível coisa é cair nas mãos do Jalyn vivo”.


O JULGAMENTO DE VIDA DUPLA

A última pessoa a ser chamada do Salão de Justiça foi Vida Dupla. Ele conhecia as leis de Jalyn e já sabia que o seu julgamento não seria favorável. Ele logo descobriria o quanto a sua transgressão lhe havia custado.

Ele sentiu-se fraco ao ser escoltado para o salão do julgamento e precisou ser ajudado pelos guardas para poder se aproximar do Trono do Julgamento de Jalyn.

Sua vida foi exibida, e ele também ouviu as palavras lamentáveis dizendo que o seu nome não estava escrito no Livro da Vida.

Jalyn anunciou com firmeza: “Vida Dupla, você é culpado de traição, de se desviar da justiça, e de ser uma pedra de tropeço, e deve ser levado à terra abandonada de Lone onde receberá as maiores punições e tormentos”.

Vida Dupla ouviu horrorizado e então suplicou: “Senhor, mas eu fui um professor na sua escola. Entreguei a minha vida pela sua causa”.

Jalyn respondeu: “Você era um professor, mas não lia os livros que ensinava?

‘Queridos irmãos, não vos torneis muitos de vós, mestres da escola, pois nós que ensinamos seremos julgados por Jalyn com muito maior severidade”.

Vida Dupla retrucou: “Como fui uma pedra de tropeço?”

O tom de Jalyn tornou-se mais duro. “Você fez com que muitos dos meus pequeninos tropeçassem e caíssem permanentemente. Enfraquecida é apenas um exemplo. Ela foi confiada aos seus cuidados; eu lhe dei autoridade para protegê-la, não para usá-la para o seu próprio proveito. Você usou a sua influência para saciar a sua luxúria e violentou-a, assim como fez com outras. Uma irmã já a havia ferido, e você, que deveria ter-lhe levado a cura, aproveitou-se dela. Você fez com que a fé dela naufragasse. Ela foi condenada a passar a eternidade em Lone. Com certeza você ouviu a minha advertência: “E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar”.

Vida Dupla suplicou: “Mas Jalyn, sei que vou ser banido para Lone, mas por que vou receber o maior tormento? Por que você está sendo tão duro comigo? Eu fui um dos seus servos, e não um incrédulo. Eu não era como Independente, que não queria ter nada a ver com você. Por quê?”

Jalyn continuou firme e resoluto: “Você conhecia e ensinava as Escrituras antigas. Por que você me faz estas perguntas? Eu trarei à sua memória, para que você se lembre destas palavras. As antigas escrituras são claras: “Mas se aquele servo pensar: ‘Meu Senhor tarda a vir, e começar a oprimir os outros servos... o Senhor voltará em hora inesperada e não anunciada. Ele separará o servo e o banirá com os infiéis. O servo será severamente punido, pois, embora conhecesse o seu dever, recusou-se a fazê-lo.

Mas as pessoas que não estão conscientes de estarem agindo mal serão punidas apenas levemente. Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido, e àquele a quem muito mais ainda é dado, muito mais ainda lhe será exigido”.

Jalyn continuou: “Independente estava muito menos consciente de suas transgressões, mas você tinha consciência e conhecimento. A punição dele, embora severa, será mais leve do que a sua. Para você, reservei um lugar... na mais profunda escuridão”.

Então Jalyn ordenou ao Chefe da Guarda: “‘Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Quando o Chefe da Guarda se aproximou, Vida Dupla proferiu obscenidades contra Jalyn, contra os guardas, e contra os cidadãos de Affabel. Ele foi violento e até tentou soltar-se para agredir Jalyn fisicamente. Sua verdadeira natureza foi revelada completamente. Qualquer bem que houvesse dentro dele foi engolido por sua duplicidade.

Ele teve as mãos e os pés atados e foi levado para fora pela porta lateral do auditório, amaldiçoando ao longo de todo o caminho. Juntou-se às outras mil e quinhentas pessoas que foram imediatamente transportadas à terra de Lone.

Assim que Vida Dupla deixou o auditório, o Chefe dos Escribas fechou o seu livro e gritou: “‘Tu és justo nos teus julgamentos... Eles estão recebendo o que merecem!’ Aí ouvi uma voz que vinha do altar. A voz dizia... ‘Os teus julgamentos são, de fato, verdadeiros e justos!’”


A TERRA ABANDONADA DE LONE

Os mil e quinhentos endelitas condenados e aprisionados foram escoltados pelos Guardas Reais em uma viagem de dois dias até a terra arruinada de Lone. Essa jornada os levou para dentro do Grande Deserto de Lone, onde o calor que subia da terra seca era insuportável. De repente, no meio do nada, onde o calor era mais insuportável, uma estrutura muito grande e sinistra surgiu à distância. Quando se aproximaram, puderam ler os dizeres: “A Terra Abandonada de Lone”.

Após uma inspeção mais de perto, eles observaram que a grande estrutura não possuía janelas ou aberturas, apenas uma grande porta na base. Ao passarem pela porta, cada um deles ouviu o que parecia ser milhares de gritos vindos do interior. Depois de alguns instantes, eles puderam discernir as súplicas dirigidas ao Chefe da Guarda, que vinham dos que estavam aprisionados próximo à entrada: “Já não foi o bastante? Por favor, suplique por misericórdia em nosso favor. A nossa punição é demais para suportarmos!”

“Há quanto tempo eles estão neste lugar?” Independente perguntou a um guarda.

“O tempo deles varia entre um ano e cento e vinte e nove anos”.

Enganado estava chocado. De alguma forma, ele esperava que tudo o que havia ocorrido nas últimas duas semanas no final não passasse de um pesadelo ou de uma estratégia para apavorá-los. Ele perguntou ao mesmo guarda: “Este é realmente o lugar onde passarei o resto de minha vida?”

“Sim, é exatamente como você foi advertido em Endel”.

Os que estavam destinados a uma punição maior foram colocados mais acima naquela grande edificação de metal, onde o calor era maior. Aqueles que não conheciam a verdade, mas ainda assim cometeram atos dignos de condená-los ao exílio, foram colocados na parte inferior do enorme prédio de metal. Entretanto, até este lugar era insuportável, mesmo por um dia, quanto mais por mais de cem anos!

A agonia do lugar destinado a ser a residência de Vida Dupla era inimaginável! Ele foi levado a uma masmorra subterrânea próxima às quentes rochas sulfúricas. O cheiro por si só era insuportável, e sem ventilação o calor era mais intenso do que em qualquer outro local. Esta masmorra não ficava no prédio, mas nas profundezas da terra. Este sem dúvida era o lugar de maior sofrimento e tormento. Ali ele sofreria completamente só. A área era suficientemente grande para separar aqueles que compartilhavam da mesma medida de condenação. Eles não podiam ouvir nenhuma voz a não ser a deles próprios.

Quando os condenados estavam seguramente presos, o Chefe da Guarda dirigiu-se à entrada. Quando a maciça porta de ferro fechou-se atrás deles, nem um fragmento de luz podia ser achado nos limites da estrutura. Aquelas pobres almas passariam mais de cento e vinte e cinco anos na mais profunda escuridão e solidão. A única esperança que eles tinham de luz era uma vez por ano, quando uma nova leva de prisioneiros seria levada para dentro. Porém nem todos viam isto, apenas os que estavam próximos à grande porta. Outros, como Vida Dupla, nunca mais veriam a luz do dia. A negritude das trevas estava reservada para ele como punição.


CONSIDERAÇÕES

Aqueles quatro lamentaram pelo resto de suas existências a escolha que fizeram de não dar ouvidos à verdade. A sós, eles continuamente refletiram sobre a insensatez de não ouvirem atentamente as palavras de Jalyn, que lhes havia estado acessível na terra de Endel. Eles teriam feito qualquer coisa para terem a chance de voltar e mudar o seu destino. Ah, como eles desejariam não ter dado ouvidos à maioria ou à opinião popular daquela época. Eles desdenhariam suas próprias ideias tolas e abraçariam os antigos escritos, que nunca variavam nem podiam ser quebrados.

Eles seriam atormentados pelas imagens daquele reino extremamente notável. Em sua angústia contínua, eles ainda podiam ver a beleza da cidade, muito embora tivessem experimentado aquela visão somente por alguns instantes. Isso aumentava o seu tormento por causa do contraste. O calor abrasador, o fedor ácido e as trevas, apenas serviam para enfatizar a verdade. A beleza estivera à disposição de sua escolha, e, em toda a sua loucura, eles a haviam abandonado.


Playlist no Canal Atalaia do Senhor , divulgada pelo Canal Yeshua Brasil


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