Movido Pela Eternidade - John Bevere - Capítulo 02
Leitura do livro - Por Rosaine Dalila Scruff
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Capitulo 2A
O REINO DE AFFABEL – A VIDA EM ENDEL
Assim lhes ensinava muitas coisas por parábolas
(ilustrações ou comparações colocadas ao lado de verdades para explicá-las),
e no decorrer do seu ensino, Ele lhes disse...
Marcos 4:2 (AMP)
Era uma vez um mundo semelhante ao nosso, porém, de muitas formas, diferente.
Nesse mundo não havia nações independentes, somente um grande reino chamado Affabel. Esse reino cobria todo o mundo conhecido, mas tinha uma única capital de onde tudo era governado. Era A Grande Cidade de Af abel, à qual nos referiremos daqui em diante simplesmente como Affabel.
Esta cidade encantada era presidida por um rei notável chamado Jalyn. O rei Jalyn era adorado e grandemente admirado por seus súditos. Ele liberava um amor tão profundo que parecia inextinguível. Ele era forte e sábio, mas ao mesmo tempo gentil e de riso fácil. Embora sua postura fosse real, Jalyn também era muito agradável. Estar com ele era estar cercado de uma atmosfera de bondade. Sua presença levava cada aspecto da vida a um nível mais alto. Sua visão e seu poder de prever o futuro eram tremendos, e ele tinha uma capacidade misteriosa de ver além das atitudes das pessoas, chegando aos verdadeiros motivos do coração delas.
O pai de Jalyn, que fundara Affabel, era conhecido como Rei Pai Fundador. Quando a ordem foi estabelecida, ele passou toda a responsabilidade às mãos de seu filho. Os habitantes desta grande cidade ajudavam a administrar o governo de Jalyn nos territórios remotos do reino e isto era realizado através de um sistema hierárquico de autoridade e liderança a partir da cidade governante.
A cidade era enorme - seu território alcançava aproximadamente 400 quilômetros quadrados. Ela era tão bem planejada que, embora tivesse alta densidade demográfica, nunca parecia estar superlotada. Havia um composto de subúrbios, residências urbanas e vilas. As localizadas nos planaltos, que estavam voltadas para a extremidadeocidental de Affabel, eram as casas modestas dos trabalhadores (Essas casas modestas seriam consideradas mansões em nosso mundo!). Ainda que o trabalho fosse árduo, aqueles habitantes estavam gratos simplesmente por morarem na cidade do rei. Os terrenos montanhosos das fronteiras do norte e do sul eram o lar dos artesãos. Eram aqueles habilitados nas artes criativas da música, da escrita, das obras de arte e do design. Essas casas tinham belas vistas e eram maiores que as dos trabalhadores.
A parte mais convidativa da cidade era o bairro oriental, que abrigava uma infinidade de belas casas de campo. Esta área era conhecida como o Centro Real. Nesta grande comunidade o rei residia e passava a maior parte do seu tempo, e era o lar daqueles que trabalhavam mais próximos ao monarca. Era ali que a sua administração e os seus líderes viviam em sociedade e trabalhavam juntos. O Centro Real estava incrustado como uma jóia sobre um rochedo que dava para as costas do Grande Mar. Uma suave brisa constante soprava do oceano azul e refrescava a cidade. Essas águas eram ornadas pelas praias brancas mais cristalinas jamais vistas, só ultrapassadas em beleza pelos jardins reais. Esses jardins se entrelaçavam por todo o Centro Real. Era sem dúvida o lugar mais desejável para se morar. Cada casa só era ultrapassada em elegância pelo palácio real.
No meio de Affabel ficava a árvore da vida. Somente os súditos do rei tinham o privilégio de provar de seu fruto maravilhoso. O fruto não era apenas delicioso e belo de se olhar; ele tinha em sua consistência perfumada um poder milagroso.
A COMUNIDADE DE ENDEL
A oeste das planícies de Affabel ficava o Deserto Exterior, que se expandia por quase 90 quilômetros até o Grande Rio Adonga. Uma vez atravessado o Adonga, você se achava em outra parte do reino, Endel. Ao nascerem, os filhos dos cidadãos de Affabel eram levados imediatamente para a província de Endel. Antes que a primeira semana deles terminasse, eram confiados aos cuidados das Enfermeiras do Rei. Quando estes jovens cidadãos, ou endelitas, atingiam a idade de cinco anos, eram levados para a Escola de Endel, onde recebiam treinamento durante um período de dez anos. Ali aprendiam os caminhos de Affabel e do grande rei Jalyn. Somente as Enfermeiras do Rei e os Mestres da Escola haviam tido a oportunidade de encontrar-se com Jalyn. A cada cinco anos, mais ou menos, ele visitava Endel secretamente a fim de verificar a escola e os alunos. Embora ele nunca informasse à população a respeito de sua presença, ainda assim, por toda Endel, sua bondade ficava evidente em cada aspecto da comunidade.
Os dez anos na Escola de Endel destinavam-se a preparar os alunos para a vida que teriam à frente. Com a idade de quinze anos, tinham um curto período para aplicar tudo o que haviam aprendido. Nesse espaço de tempo, eram confiadas a eles certas porções de riqueza e responsabilidade. A forma como eles administravam suas jovens vidas e seus recursos determinavam como e onde passariam o tempo que lhes sobrava, o que, no mundo deles, chegava até os cento e cinquenta anos. O período de teste era de exatamente cinco anos; nenhum dos alunos, porém, tinha conhecimento de sua duração.
Tudo o que lhes era dito era que esse tempo não ultrapassaria dez anos. Ao final desse período, cada um deles compareceria diante do rei para prestar contas de suas escolhas de vida.
Esse período de teste determinava o nível de lealdade deles. Aqueles que seguiam as leis de Jalyn com palavras e atos reconheciam a sua liderança. Esses eram admitidos como habitantes de Affabel e suas escolhas lhes garantiam as respectivas recompensas.
Se, entretanto, durante o período de teste, eles se rebelassem e vivessem somente para si mesmos e de acordo com suas próprias regras, eram exilados para a terra de Lone.
Essa era uma terra deserta de profunda escuridão, onde reinavam a solidão e a desesperança. Em Lone, eles sofriam tormentos e ficavam aprisionados durante toda a sua vida.
A primeira pessoa a ser banida para essa terra desolada foi Dagon, que tornou-se o senhor das trevas de Lone e seu fundador. Apesar de ter se rebelado contra Jalyn muitos anos antes, sua influência ainda pairava sobre a terra de Endel. Os habitantes de Endel que reconheciam o senhorio de Jalyn conseguiram se libertar do poder negro de Dagon, mas aqueles que se recusaram a servir a Jalyn permaneciam sob a jurisdição deste soberano caído.
A fim de isolar qualquer nova infiltração das trevas no reinado de Jalyn, este foi compelido a estabelecer um decreto para proteger tanto a integridade quanto a infraestrutura social de Affabel. Todos os que seguiam os caminhos de Dagon e se recusavam a reconhecer Jalyn como rei por palavras e ações eram banidos pelo resto de suas vidas para a terra de Lone.
Assim começa a nossa história. Acompanharemos a vida de cinco estudantes de Endel: duas moças e três rapazes. Seus nomes são: Independente, Enganado, Enfraquecida, Egoísta e Caridade. Deixe-me apresentar cada um deles.
INDEPENDENTE
Independente questiona constantemente a existência de Affabel. Ele realmente não consegue acreditar que alguém que ele nunca viu ou conheceu chamado Jalyn possa exigir não somente a sua lealdade, como também o cumprimento rígido de uma série de normas. Ele suspeita que isto seja um esquema para mantê-lo (e aos outros) sob o controle dos mestres. Com descaso, ele se recusa a assistir às aulas e a aprender a respeito desse reino imaginário.
Independente ridiculariza os outros por acreditarem nessa bobagem. Ele pretende viver como acha melhor e permanecer livre das leis de Jalyn. A única exceção será quando esses decretos atenderem aos seus propósitos, então, ele aderirá a eles, mas somente por escolha própria. Ele não tem escrúpulos quanto a deixar que os outros saibam que ele não está disposto a entregar sua vida à vontade de outra pessoa.
ENGANADO
Enganado não questiona a existência de Affabel. Ele acredita no Rei Jalyn e até tem prazer nas suas promessas. Ele concorda mentalmente e verbalmente com os ensinamentos e as regras, porém uma grande parte do seu estilo de vida entra em conflito com esses ensinamentos. Ele celebra a sua lealdade ao Rei e aos seus ensinamentos, e participa das atividades da escola quando elas são agradáveis, mas quando não vê nenhum benefício próprio, seu ponto de vista muda rapidamente. Seu estilo de vida é contrário ao de um verdadeiro seguidor de Jalyn, e devido à sua forte personalidade, ele sutilmente atrai outras pessoas para o seu estilo de vida. Ele nunca para realmente para refletir no período de teste e julgamento que está para acontecer.
ENFRAQUECIDA
De todos os alunos, Enfraquecida é a mais entusiasmada. Ela fala com fre- quência nas aulas, e tira seguidamente as melhores notas. Ela é muito ativa e geralmente é quem toma a iniciativa em atividades extracurriculares para ajudar a promover o envolvimento dos alunos na comunidade. Qualquer pessoa que avalie os alunos diria que ela é a mais apaixonada pela causa de Jalyn.
EGOÍSTA
Egoísta também acredita em Jalyn e nos seus ensinamentos. Ele não duvida da existência de Affabel e é bastante articulado também. Ele acredita que Jalyn é um governante tão maravilhoso e um juiz tão bondoso que será benevolente com todos que professam lealdade a ele. Mas ele está concentrado na sua percepção limitada dos ensinamentos e do caráter de Jalyn. Ele se esqueceu que Jalyn é um líder justo e santo bem como amoroso e misericordioso. Assim, Egoísta desenvolveu uma visão distorcida de quem Jalyn realmente é. Ele acredita que Enganado, Enfraquecida e Caridade sem dúvida farão parte do seu glorioso reino, embora tenha algumas preocupações acerca da resistência obstinada de Independente.
Egoísta acredita que todos os que reconhecem Jalyn verbalmente e vivem uma vida que não violente nenhuma lei principal terão direito à entrada em Affabel. Entretanto, de acordo com o seu nome, ele é altamente egocêntrico, e geralmente o bem que faz é movido por benefício pessoal. Algumas vezes ele é movido por compaixão, mas quando as coisas ficam difíceis, Egoísta sai em busca do seu próprio interesse pessoal.
CARIDADE
A nossa última jovem, Caridade, é alguém que ama e obedece a todas as leis do Rei Jalyn. Ela não só aprendeu os princípios dele, como também busca conhecer o coração que se esconde atrás de cada decreto. Ela passa muito tempo buscando conhecer e compreender a vontade de Jalyn. Isso significa longas horas de estudo e uma dedicação liberal ao bem da escola e da comunidade de Endel. Ela sabe que quando atingir a idade de quinze anos, terá pouco tempo para executar os desejos do grande rei em Endel. Seu objetivo é viver unicamente para a glória de Jalyn, e ela não permitirá que aquilo que a beneficiaria se intrometa no caminho para o seu propósito principal.
Caridade ama Jalyn e anseia pelo dia em que se encontrarão. Ela o obedece fervorosamente e frequentemente fala aos outros sobre a sua bondade. Por isto, ela é frequentemente ridicularizada e isolada. Embora ela tenha sofrido por causa de sua postura de lealdade inabalável às leis de Jalyn, nada a impedirá de ser fiel ao rei.
OS FORMANDOS
Todos estes cinco endelitas chegaram aos quinze anos. O dia marcado chegou, e eles se formaram juntamente com duzentos outros alunos. Cada um deles recebeu uma missão específica e uma soma inicial correspondente de dinheiro. Esse valor foi predeterminado por Jalyn e foi distribuído pelo diretor da escola por ocasião da formatura. Entre os nossos cinco alunos, a distribuição foi a seguinte: Independente recebeu cinquenta e cinco mil dólares; Enganado e Enfraquecida receberam quarenta mil dólares cada; Egoísta recebeu o maior valor, setenta e cinco mil dólares; e, finalmente, Caridade recebeu vinte e cinco mil dólares. Com seu dinheiro em mãos, os jovens cidadãos foram liberados com algumas instruções finais.
O VENDEDOR
Independente imediatamente foi a uma festa celebrar a sua liberdade recentemente adquirida. Embora ele raramente frequentasse as aulas, ainda se sentia como se elas estivessem pairando sobre sua cabeça. Ele havia ouvido algumas das leis de Jalyn nas poucas ocasiões em que havia frequentado as aulas. Algumas vezes ele havia se perguntado se talvez uma parte daquilo era verdade. Em caso positivo, ele se perguntava se o seu mau comportamento afetaria o quanto ele receberia por ocasião do término de sua educação.
Independente está impressionado com a quantidade de dinheiro que recebeu, embora ele tivesse transgredido as regras da escola. Ele havia recebido quinze mil dólares a mais que Enfraquecida e mais do dobro de Caridade. Ele pensou: Que desperdício!
Caridade e Enfraquecida desperdiçaram o tempo delas naquelas aulas inúteis e incluíram tantas horas extras, e agora elas têm pouco para mostrar como resultado.
Esta dinâmica na verdade confirmou a sua convicção de que Jalyn não existia. Ele raciocinou que seus pais, que haviam desaparecido há tantos anos, haviam deixado o dinheiro. Isto, agora, ampliava a sua visão de que era tudo um engano da escola para controlar suas vidas jovens e impedi-los de serem livres-pensadores independentes.
Depois de algumas semanas de comemoração, Independente percebeu que tinha de estabelecer um negócio. Ele já havia gasto parte de seu dinheiro mais rápido do que pretendia. Iniciou um negócio de venda de veículos e descobriu que era um grande vendedor. Os negócios iam incrivelmente bem. Muitos dos recém-formados utilizaram parte de seu capital inicial para adquirir carros usados e até mesmo novos de Independente. Quando suas finanças se multiplicaram, ele se expandiu, dedicando-se a outros empreendimentos, nos quais também obteve sucesso. À medida que seus bens aumentaram, ele expandiu e aperfeiçoou o seu estilo de vida pessoal. Ele percebeu rapidamente que o dinheiro era uma fonte de influência impressionante, e parecia ter o poder de comprar a felicidade. Sua riqueza, suas posses, e seu estilo de vida rapidamente elevado tinham o poder de atrair mulheres, o que tornava a vida ainda mais revigorante.
Independente não frequentava as reuniões semanais da comunidade. Mas ele ainda era considerado um cidadão muito bom pela maioria, porque eles apreciavam o apoio que ele dava aos projetos comunitários. Parecia que a vida não poderia ficar melhor para este endelita que trabalhava duro.
O CONSTRUTOR E EMPREENDEDOR
Enganado também comemorou durante algumas semanas. Embora ele não tivesse recebido tanto quanto alguns de seus amigos, estava feliz por ter mais do que Caridade.
Ele também demonstrava sua percepção distorcida de Jalyn como um rei cheio de tanta misericórdia que certas questões realmente não importavam. Ele havia tido liberdades sexuais com duas garotas que havia namorado na escola, embora isto fosse contrário aos ensinamentos que havia recebido. Ele não via qualquer conflito nisto, porque acreditava firmemente em Jalyn e no seu reino. Ele havia formado a sua própria visão da vida: “Desde que eu continue a afirmar minha lealdade a Jalyn e não machuque ninguém gravemente, permanecerei em boa posição perante o rei”. Em sua mente, Jalyn entendia que todos têm necessidades e que ninguém é perfeito. Todos os seus erros seriam cobertos no Dia do Julgamento pela misericórdia e graça de Jalyn porque ele acreditava nele de todo coração.
Depois de algumas semanas, Enganado iniciou o seu próprio negócio, assim como Independente havia feito. Ele tornou-se um construtor de residências. No princípio, era uma luta conseguir clientes. O seu modelo era excelente sob todos os aspectos, mas ele simplesmente não conseguia encontrar compradores sérios. Alguns achavam que seus preços eram altos demais; outros, simplesmente não podiam pagar por casas tão boas.
Desesperado, ele baixou os preços. Ele continuou usando o modelo inicial de casas para atrair clientes. Continuou a fazer as promessas que havia feito a princípio, mas começou a utilizar material de qualidade inferior aos que havia prometido inicialmente.
Na verdade, alguns de seus materiais transgrediam os códigos e padrões de segurança obrigatórios. Ele justificava-se mentalmente com a idéia de que os legisladores que haviam estabelecido aqueles padrões haviam sido cautelosos em excesso. Ele tinha certeza de que os materiais que havia escolhido suportariam qualquer tipo de condição atmosférica ou de pressão. A compra dessas casas parecia uma grande oportunidade para os endelitas devido ao baixo preço, por isso eles começaram a assinar contratos com maior rapidez do que Enganado podia construir. Os negócios haviam, finalmente, decolado.
Depois de dois anos, ele decidiu voltar ao ramo de desenvolvimento de terras. Estava cansado das reclamações dos clientes. Ele achava que, uma vez que a terra fosse vendida, o assunto estaria terminado. Ele não teria de lidar mais com o conserto dos itens sob garantia. Enganado encontrou uma determinada porção de terras ao preço de aproximadamente mil dólares o acre. Parecia quase bom demais para ser verdade.
Investigações posteriores revelaram se tratar de uma terra baixa próxima a um rio, sujeita a inundações. Esta informação só era do conhecimento de algumas pessoas, que eram todos seus amigos. Ele persuadiu um intendente municipal que era colega de Independente a aprovar o desenvolvimento daquelas terras sem efetuar os testes geológicos necessários. Afinal, não ocorrera nenhuma inundação ali desde que ele nascera; então, será que havia realmente algum problema? O negócio prosseguiu sem qualquer interrupção. Depois disto, parecia que a vida não poderia ficar melhor para o jovem empreendedor.
AASSISTENTE DE PROFESSOR
Logo após a sua formatura, Enfraquecida reuniu-se com algumas amigas para um fim de semana de compras no shopping. Ela achou que seria bom por dois motivos, ela poderia passar tempo comemorando com suas amigas mais chegadas, e, em segundo lugar, ela poderia comprar as roupas e acessórios de que precisaria para sua nova carreira. O maior desejo de Enfraquecida era ser assistente de professor na Escola de Endel. Sua entrevista seria na sexta-feira seguinte.
No segundo dia de compras, uma das amigas de Enfraquecida, Fofoca, compartilhou com ela como uma amiga em comum, Difamação, havia contado ao Diretor Geral que Enfraquecida havia dormido com um dos jovens alunos. Isso poderia prejudicar gravemente suas chances de conseguir o cargo de assistente de professor. Aquela era uma mentira absurda que não continha nem uma sombra de verdade. Ela havia se mantido pura durante todo o tempo na escola. Ela tinha certeza de que Difamação havia feito aquilo por pura inveja ou até mesmo ódio.
Enfraquecida estava furiosa. Profundamente ofendida, seus pensamentos foram consumidos durante o resto do fim de semana com a traição de sua suposta amiga. Ela jurou fazer com que Difamação pagasse pelo que havia feito.
O dia da entrevista chegou, e, para surpresa de Enfraquecida, ela foi escolhida para ocupar o cargo. O Diretor Geral informou-a de que realmente havia ouvido os rumores, mas que depois de investigar ficou convencido de que não eram verdadeiros. Ela não apenas conseguiu a posição, como foi designada como assistente de um de seus professores favoritos. Seu nome era Vida Dupla; ele era um dos professores mais talentosos de Jalyn. Enfraquecida estava impressionada por ter sido escolhida para trabalhar com um líder tão dinâmico. O semestre se iniciou, e as coisas estavam indo extremamente bem, mas ela ainda tinha dentro de si um ressentimento crítico contra sua ex-amiga. Independente de no final tudo ter terminado bem, parecia que ela não conseguia realmente superar a traição de Difamação.
Embora as coisas parecessem ótimas, abaixo da superfície os problemas estavam em fermentação. O nome de Vida Dupla indicava quem ele era. Ele vivia de um jeito como professor, mas de outro bem diferente em sua vida privada. Seu julgamento seria mais severo, pois, como professor, ele havia tido o privilégio de ver Jalyn. Os julgamentos dos professores não ocorriam aos vinte anos de idade, como acontecia com os outros, mas sim aos trinta. Vida Dupla tinha apenas vinte e cinco anos naquela época.
Certa noite, quando Enfraquecida e Vida Dupla estavam a sós, ele a assediou. Ela ficou chocada e ultrajada e saiu de sua presença imediatamente. Ele não desistiu, mas persistiu durante as semanas que se seguiram. Ela começou a questionar sua própria reação, e a dar ouvidos às palavras persuasivas dele, por ser ele um homem tão incrível e tão culto. Ela passou a apreciar a atenção dele. Ele era gentil e bondoso e era considerado um dos homens mais bonitos da comunidade. Finalmente, ela entregou sua virgindade a ele, e os dois deram início a um caso apaixonado. Enfraquecida jamais conhecera sentimentos tão excitantes de paixão e amor em nenhum relacionamento.
Cada vez que ela o via, ficava sem fôlego. Pensamentos de encontrar-se com ele nas noites combinadas entre os dois a consumiam e temporariamente desviavam sua atenção do profundo e agora oculto sentimento de mágoa que ela ainda mantinha contra Difamação.
Entretanto, depois de quatro meses, Vida Dupla de repente terminou tudo com ela.
Arrasada, ela precisava saber o motivo. Finalmente, ele disse a ela que havia ouvido de outras pessoas a história contada por Difamação, sobre o caso que ela havia mantido no passado com um colega. Este não era o verdadeiro motivo; ele havia simplesmente perdido o interesse em Enfraquecida. Ele já estava flertando com outra jovem da comunidade. As garotas eram altamente pressionadas a resistir aos poderes de sedução e persuasão daquele proeminente professor.
Enfraquecida sentia-se ultrajada. Como ela poderia continuar a vê-lo todos os dias?
Ela imediatamente pediu demissão de seu cargo na escola. Depois de vários dias abatida, abriu um Salão de Beleza com o que havia sobrado de seus quarenta mil dólares. Ela parou de comparecer às reuniões semanais da escola, embora a palavra de Jalyn afirmasse que o seu povo não devia deixar de se congregar. Ela não queria ter comunhão com hipócritas, e a maioria deles parecia ser exatamente isto. Ela ficava cada dia mais amarga. Ela raramente mencionava a escola de Jalyn. A paixão que ela havia expressado tão livremente em suas conversas já não existia mais. No entanto, quando alguém lhe perguntava, ela confessava sua lealdade a Jalyn, mas no fundo de seu coração ela o culpava por permitir que um homem tão corrupto ensinasse em sua escola. Na época em que o período de testes terminou, ela havia se tornado uma mulher muito amarga e ressentida; mas se alguém lhe perguntasse algo, ela o negava enfaticamente.
Capitulo 2B
O PREFEITO DE ENDEL
Agora vamos nos concentrar em Egoísta. Ele estava simplesmente impressionado com a quantidade de dinheiro que havia recebido. Ele comemorou, mas, por conhecer o suficiente sobre os ensinamentos de Jalyn, manteve-se afastado das bebidas. Depois de um intervalo de alguns dias, ele começou a investir. Suas transações demonstraram ser lucrativas, e ele rapidamente multiplicou seu capital inicial. À medida que crescia financeiramente, ele crescia também em popularidade junto a seus colegas.
Ele comprou uma casa em um dos melhores bairros e convidou os influentes e poderosos para visitá-lo. Oficiais de governo, atletas profissionais, executivos, e outras personalidades notáveis desfrutavam das riquezas de sua hospitalidade. Ele estava se tornando rapidamente um dos homens mais bem relacionados da comunidade.
Depois de três anos, ele decidiu candidatar-se a prefeito de Endel e venceu facilmente por causa de sua influência financeira e de seus contatos sociais. Uma vez empossado no cargo, ele deparou-se com várias decisões. Uma delas tinha a ver com a escola de Endel. Devido ao aumento dos integrantes, havia uma necessidade urgente de mais espaço. Isto significava a aquisição de terras, a obtenção de empreiteiras, o aumento de despesas, bem como todas as coisas necessárias para o funcionamento da escola. O primeiro passo era levantar o capital necessário junto à comunidade. Nas reuniões semanais da cidade, Egoísta ouviu falar da necessidade que o projeto tinha de mais fundos, mas no final da campanha de levantamento de fundos, ele havia dado menos de mil dólares.
Então veio a decisão difícil. A escola finalmente tinha o suficiente para comprar um lote particular de terra; era um negócio espetacular, e o preço estava dentro do orçamento. No entanto, havia uma grande loja de departamentos que queria comprar o mesmo terreno. A câmara municipal estava dividida, e o voto decisivo teria de ser dado pelo prefeito. Egoísta estava em conflito. Os proprietários da loja de departamentos haviam apoiado decisivamente sua campanha contribuindo com altas somas em dinheiro e usando a influência deles em seu benefício. Eles haviam sido convidados em sua casa em várias ocasiões.
Egoísta votou em favor da loja de departamentos. Ele justificou sua escolha ao público declarando que era para o bem geral dos cidadãos de Endel. Ele havia preparado o caminho para maiores oportunidades de emprego assim como aumentado o rendimento da cidade. Recomendou que a escola explorasse as opções de expansão das suas instalações atuais, muito embora soubesse que isso não era viável. Sua escolha decepcionou os sinceros seguidores de Jalyn, mas a comunidade em geral aplaudiu sua decisão.
O seu mandato de dois anos estava próximo de terminar, e era época de reeleição.
Egoísta estava a ponto de completar o seu período de teste, embora não soubesse disso. Sentindo um pouco de remorso, Egoísta fez uma contribuição pessoal para a Escola de Endel de cinco mil dólares. Com isto, prometeu encontrar outro terreno adequado para eles construírem. Isso o ajudou a reconquistar a confiança de muitos dos seguidores de Jalyn. Parecia que o jovem líder seria facilmente reeleito para seu segundo mandato.
A PROPRIETÁRIADE RESTAURANTE
Ao se formar, Caridade deu três de seus vinte e cinco mil dólares como contribuição para a campanha da compra de terreno da Escola de Endel. Ela era grata por tudo que havia aprendido com seus professores e queria expressar esta gratidão. Com os vinte e dois mil dólares restantes, Caridade pôde finalmente abrir um restaurante. Ela adorava tudo que tinha a ver com as artes culinárias. Juntando isto ao fato de que ela era uma astuta mulher de negócios, um restaurante lhe pareceu ser a melhor forma de utilizar seus dons e servir à sua comunidade. Ela contratou alguns dos melhores chefs da localidade e, coordenando o conhecimento deles, montou um cardápio magnífico. Seu restaurante foi um sucesso imediato.
Embora Caridade tenha ganho prêmios por seu restaurante, ela sempre creditava o seu sucesso à sabedoria de Jalyn. Nas entrevistas, ela agradecia seguidamente a seus exprofessores e elogiava seus bons empregados. Ela recusava-se a reconhecer o seu sucesso como sendo propriamente seu, ou se gabar de seus esforços. Ela sabia que era tudo por causa de Jalyn.
Caridade usou sua prosperidade para ajudar tanto a comunidade quanto a Escola de Endel. Ela contribuía com alimentos para a sopa que a cozinha da escola preparava para os necessitados. De vez em quanto ela separava uma noite para trabalhar no evangelismo junto à fila de alimentos. Ela apreciava servir refeições quentes aos pobres. Ela comprometeu-se a dar vinte e cinco por cento de todos os lucros de seu restaurante para a escola. Ao fim de cinco anos, ela havia contribuído com mais de duzentos mil dólares.
Caridade estava sempre ajudando pessoas que estavam trabalhando diligentemente mas que tinham dificuldades para pagar suas contas. Além de ajuda financeira, ela estava sempre pronta a compartilhar os princípios de sabedoria e sucesso de Jalyn. Ela dizia constantemente às pessoas a quem ajudava que jamais teria conseguido o que conseguiu se não fosse por Jalyn.
Embora o restaurante de Caridade fosse um sucesso, ela nunca foi incluída no círculo social que frequentava a casa de Egoísta. Nem lhe pediram para exercer nenhum cargo de liderança da comunidade. Ela era vista como alguém muito radical na sua fidelidade a Jalyn, aliado ao fato de ser mulher. O fato de ser excluída dos endelitas influentes não deteve nem desanimou Caridade. Ela estava concentrada em alcançar os desafortunados. Ela adorava as reuniões semanais da escola e estava sempre oferecendo ajuda, quer através de doações ou servindo em várias atividades. Caridade era uma jovem realizada.
O DIA DO JULGAMENTO MARCADO
O dia final do teste chegou. Aqueles que estavam para ser julgados sabiam que isso aconteceria em algum momento nos próximos cinco anos, porque os cinco primeiros anos haviam passado. Ninguém imaginava que seria tão cedo. O dia começou como qualquer outro, mas terminou de um modo muito diferente. Tarde da noite, os Guardas Reais de Affabel levaram duzentos formandos embora. O êxodo secreto deles se deu enquanto os outros endelitas dormiam.
Aqueles duzentos jovens cidadãos foram conduzidos através de uma passagem secreta.
Era um túnel profundo que passava por baixo do rio Adonga. Quando haviam atravessado o canal, viajaram por mais dois dias através de um deserto estéril. Durante a jornada, o Chefe dos Guardas supriu cada uma das necessidades deles através do seu estoque de alimentos, água e suprimentos. Os guardas eram gentis, porém reservados.
Toda energia deles estava concentrada na tarefa à sua frente. Embora respondessem a algumas perguntas, os endelitas fizeram outras que não lhes era permitido responder. A resposta padrão a essas perguntas era “Tudo será conhecido em breve”. Isto apenas aumentava a curiosidade dos viajantes. Eles quase não perceberam o desconforto da terra desértica ao pernoitarem no caminho para a tão esperada grande cidade. Quando o terceiro dia amanheceu, eles atingiram o topo de uma montanha e ali, com a silhueta desenhada pelo sol da manhã, estava a majestosa cidade. Affabel era ainda mais magnífica do que qualquer um deles poderia imaginar.
Quando se aproximaram da cidade, a revelação da sua magnificência aumentou e expandiu-se ainda mais. Até mesmo vista da planície, ficava aparente que a cidade não tinha comparação. Endel era mínima em comparação com os limites da cidade. Ao entrarem na parte central da cidade, eles descobriram que em Affabel tudo era vibrante e vivo. Era um lugar tão mágico que os pássaros não apenas cantavam, com também tinham o dom da linguagem. Suas canções maravilhosas e melódicas interpretavam a beleza que viam e serviam para magnificar ainda mais a glória da cidade. Isto não foi de todo uma surpresa para os endelitas, que haviam ouvido os cavalos do Chefe da Guarda falarem. Aqueles animais nobres não apenas falavam entre si, como conversavam com seus condutores também. Era óbvio que havia um relacionamento afetivo entre aqueles cavalos e seus condutores. Agora estava claro que as criaturas dentro de Affabel haviam sido dotadas com o dom da fala e com a capacidade de sentir afeição e alegria.
Em cada direção para onde os endelitas se voltavam, eles contemplavam visões de tirar o fôlego. Ficaram encantados com o assombro que era Affabel. O próprio ar era revigorante. Ele acrescentava tanto clareza mental quanto força aos seus corpos cansados pela viagem. A água que fluía por toda a cidade os intrigava. De algum modo ela parecia mais real, como se brilhasse de tanta vida. Filamentos de uma música encantadora permeavam a atmosfera e acalmavam suas almas excitadas com um sentimento interior de paz. Tudo, desde as menores plantas até o próprio ar parecia estar mais do que vivo – tinha a capacidade de dar vida. Nessa terra milagrosa, cada elemento era cheio até transbordar.
Os jovens cidadãos não podiam evitar estenderem as mãos para tocar em tudo o que estivesse ao seu alcance ao passarem pela entrada da grande cidade. Eles ansiavam por poderem correr livres e explorar o lugar, mas, de algum modo, sabiam que isto não lhes seria permitido naquele momento. Foram levados diretamente para uma grande antesala de um imenso auditório. Ali os homens e as mulheres foram separados; foi-lhes permitido se refrescarem, com banhos aromáticos ou chuveiros e receberam túnicas para se prepararem para sua audiência com o rei. Eles estavam felizes demais em se livrarem das roupas poeirentas de Endel. Suas velhas vestes pareciam desajeitadas e estranhamente fora de contexto naquela cidade radiante.
Um desejo profundo de habitar nesta cidade entrelaçou-se em meio às fibras de cada endelita. Eles tinham a estranha sensação de volta ao lar. Depois de se banharem e se vestirem, eles se reuniram novamente para uma refeição. Este banquete matinal estava preparado em um pátio magnífico, onde lhes foi permitido comer e terem comunhão por
algum tempo.
A superestrutura até onde haviam sido escoltados era tão vasta que parecia ter uma capacidade ilimitada. Sem dúvida as paredes de mármore podiam abrigar pelo menos cem mil pessoas. Depois de comer, o grupo foi separado novamente, desta vez por ordem de nome. Caridade, Egoísta, e aproximadamente quinhentas outras pessoas foram levadas até um salão adjacente à direita. Enfraquecida, Enganado e Independente foram levados com os restantes mil e quinhentos para outro auditório à esquerda. Ao entrarem nos salões, eles observaram que cada um tinha um nome sobre o limiar de entrada. O nome era estranho e estava em uma língua desconhecida para os jovens endelitas. O nome de um auditório era “Salão da Vida”; e, o do outro, “Salão da Justiça”.
Ao atravessar o limiar, Independente sentiu-se estranhamente perturbado, quase aterrorizado. Suas lembranças voltaram ao tempo de escola, e tentou consolar-se com o que havia ouvido falar brevemente a respeito de Jalyn. Tudo parecia tão confuso agora.
Ele começou a lamentar o fato de haver perdido tantas aulas. Obviamente ele estiver errado porque tanto a cidade quanto o rei existiam. Ele tentou bloquear o medo crescente que sentia e concentrar-se no que se lembrava a respeito do amor e da natureza misericordiosa de Jalyn. Naquele instante ele não queria pensar na justiça e santidade de Jalyn, muito embora agora fossem eles que lutassem para obter a sua atenção. Ele tentou acalmar-se lembrando-se de como havia sido um bom cidadão e apoiado os serviços voluntários da comunidade.
Respirando fundo, Independente começou a olhar em volta para se dar conta de quem estava em sua companhia. Ele não podia deixar de perceber que estava entre os piores de Endel. Ele reconhecia ladrões, trapaceiros e alcoólatras. Ali havia tanto aqueles que raramente trabalhavam, quanto aqueles que trabalhavam unicamente em benefício próprio. Seu medo aumentou, e quando o pânico ameaçava dominá-lo, ele viu Enfraquecida. Ele fechou os olhos e soltou um gemido de alívio. Ele lembrou-se dela imediatamente como uma das seguidoras mais entusiásticas e sinceras de Jalyn de sua turma. Ele achava inclusive ter ouvido falar que ela havia trabalhado na escola! Se ela estivesse naquele salão com ele, provavelmente as coisas acabariam beneficiando-o.
Quando ele se virou na direção dela, deparou-se com Enganado. Outro bom sinal!
Embora ele tivesse perdido Enfraquecida de vista, Independente sabia que Enganado era um crente fiel. Eles até costumavam discutir a respeito de Jalyn. Seu humor mudou totalmente ao abraçar seu velho amigo. A atitude de Enganado era animada e positiva. Eles começaram a conversar e todo o medo se acalmou. A misericórdia de Jalyn deve ter sido ainda maior do que eles imaginaram. Veja com que liberalidade ele perdoou aqueles que Independente jamais poderia imaginar que conseguiriam. Como isto poderia ser outra coisa que não a verdade? E aquele não era o grande professor Vida Dupla, ali na mesma sala, apenas há poucos metros deles? Agora ele estava certo de que tudo sairia bem.
Entretanto, ele estava levemente perturbado pela ausência de Caridade e de Egoísta.
Outra coisa que ele achou difícil ignorar eram as pessoas que choravam e soluçavam pelos corredores da sala. Talvez eles estivessem simplesmente impactados com a bondade de Jalyn.
O outro salão também estava cheio de emoções. Amigos que haviam perdido o contato após a formatura estavam entusiasmados por estarem reunidos novamente. Havia um entusiasmo predominante que logo dominou cada conversa: Em breve eles veriam Jalyn! Havia chegado a hora de entrarem no seu verdadeiro propósito e no destino que lhes fora prometido. Estavam todos ‘elétricos’ com a magnificência da cidade. Eles sempre souberam que seria um lugar melhor do que Endel, mas a sua impressão inicial excedera a sua capacidade de compreensão. Aquilo era mais do que suas mentes podiam processar.
Seria realmente verdade que eles passariam o resto de suas vidas em um lugar tão glorioso? Para ter uma honra como essa qualquer um deles se disporia de bom grado a limpar o chão! Todos os que esperavam neste salão sabiam que haviam seguido Jalyn, mas ainda se perguntavam de que forma poderiam ter se oposto aos seus justos juízos.
À medida que o tempo passava, uma atitude solene tomou conta da sala. Eles haviam sido fiéis? O tempo logo diria. Sim, o entusiasmo se entrelaçava com uma certa dose de medo enquanto estes humildes servos aguardavam para ver o seu rei.
A INTIMAÇÃO
Os primeiros a serem julgados foram os que estavam esperando no Hall da Vida. No entanto, voltaremos a estes mais tarde. Por ora a nossa estória nos levará para aqueles que estão no Salão da Justiça.
Era meio-dia. Os habitantes do Salão da Justiça foram restaurados a um nível de conforto e confiança de que tudo sairia bem para eles. Qualquer coisa que parecesse confusa ou em desarmonia eles atribuíam à misericórdia de Jalyn ou ao mistério de seus caminhos. Este raciocínio os confortava.
O primeiro dos mil e quinhentos endelitas a ser chamado foi Independente. Quatro Guardas Reais vieram para escoltá-lo até o Grande Salão de Julgamento. Tentando aliviar o ambiente solene, ele sorriu e piscou para um dos guardas que por acaso fez contato visual com ele ao saírem da sala. Ele ficou surpreso ao não obter resposta. Ao ouvir a porta do salão fechar-se atrás de si, descobriu que as dúvidas voltavam. Seu coração batia como um tambor contra seu peito. Estava tão alto que ele imaginou que os soldados podiam ouvi-lo, mas se pudessem, não o demonstravam. Ele desejou que Enganado tivesse vindo com ele. Logo ele se apresentaria diante do Juiz e preferia não estar só. Independente estava perdendo a confiança bem depressa.
Antes de entrarem no Grande Salão, um dos guardas fez um resumo do protocolo a ser seguido. Independente concordou, embora temesse não se lembrar do que havia sido dito. Ele podia ouvir seu pulso agora dentro de seus ouvidos, ameaçando prejudicar sua audição. O guarda meneou a cabeça reconhecendo que Independente havia entendido o procedimento, e as grandes portas do salão foram completamente abertas.
Ao dar os primeiros passos dentro do enorme salão, ele percebeu que seu corpo estava tremendo. Gotas de suor se reuniam em sua testa geralmente fria. Ele estava completamente desorientado porque o que viu deixou-o fora de si!
Playlist no Canal Atalaia do Senhor , divulgada pelo Canal Yeshua Brasil