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Movido Pela Eternidade - John Bevere - Capítulo 01

Leitura do livro - Por Rosaine Dalila Scruff


FAÇA SUA VIDA VALER A PENA HOJE & SEMPRE

Dedico este livro...

A todos os que trabalham incansavelmente

para edificar vidas para a eternidade.

Sejam encorajados nesta missão.

A Sua vinda é certa e com Ele virá a Sua recompensa.


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John Bevere - Movido pela Eternidade
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Transcrição:

Capítulo 1


O ETERNO

Ensina-nos a fazer o máximo com o nosso tempo...

e dá êxito aos nossos esforços.

Sim, dá êxito aos nossos esforços!

Salmo 90:12,17 (NVI)

O desejo da maioria das pessoas é viver uma vida que valha a pena. Isto é um direito e é uma aspiração que vem do coração de Deus. Foi o que Moisés pediu na oração que lemos acima. Ele começou pedindo sabedoria para fazer o máximo que pudesse com seu tempo. Muitas coisas que perdemos na vida podem ser restauradas; no entanto, o tempo mal utilizado nunca pode ser recuperado. Depois que o sol se põe, aquele dia se vai para sempre.

A oração termina com: “Dá êxito aos nossos esforços”, frase que é repetida em seguida. Por que ela é repetida? Moisés não tinha nenhum problema de gramática ou de memória. Isso, na verdade, é a representação de um estilo literário encontrado na escrita hebraica. A repetição é uma forma de enfatizar algo. Em português, quando queremos realçar a importância de uma palavra ou frase, usamos diversos métodos.

Podemos colocá-la em negrito, em itálico, em letras maiúsculas, sublinhá-la ou acrescentar um ponto de exclamação no final. Todos esses recursos são formas de chamar a atenção do leitor para algo que é muito importante. No entanto, os escritores hebreus costumavam escrever uma palavra ou frase duas vezes para destacá-la, mas não porque fossem dados a exageros; eles eram sempre cuidadosos com suas palavras. O fato da frase em questão aparecer duas vezes nesse trecho das Escrituras demonstra não apenas que é a vontade de Deus que tenhamos êxito, mas que Ele é veemente em relação a isso. A ênfase nessa frase vem dele!

Fomos criados para ter sucesso. Deus quer que a nossa vida seja significativa! Antes de ser um desejo nosso, foi primeiro um desejo de Deus, e Ele faz com que isso seja conhecido ao longo de toda a Escritura. Deixe-me relacionar apenas duas passagens:

“O Senhor, teu Deus, te fará ter êxito em tudo o que fizeres” (Dt 30:9; NLT, ênfase do autor).

Observe a palavra tudo, não algumas coisas! Lemos também: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido” (Js 1:8; ênfases do autor).

É preciso ter visão de Deus para desfrutar do sucesso. As Escrituras declaram: “Quem

dá valor à sua própria vida procura se tornar sábio e usar bem a sua inteligência”

(Pv 19:8; ABV).

A sabedoria nos dá o conhecimento e a capacidade para fazermos as escolhas certas no tempo oportuno. A verdadeira sabedoria não é dada aos que têm uma mente afiada; ela é para todos os que temem ao Senhor e estão em Cristo. Para construir uma vida de significado eterno, você precisa fazê-lo através da sabedoria de Deus, e é disso que esta mensagem trata.

A sabedoria gera o sucesso, que gera satisfação duradoura e recompensas. “Se você for sábio, o benefício será seu” (Pv 9:12; NVI). O Senhor não apenas deseja o seu sucesso, como também anseia recompensá-lo por isso. Mais uma vez, lemos: “O Senhor observa passo a passo a vida de quem obedece a Ele de coração. Preparou para eles uma recompensa eterna” (Sl 37:18; ABV).

O fato de que Deus deseja que tenhamos êxito foi enfatizado por boa parte das igrejas nos últimos anos, como de fato se deve fazer. Entretanto, o sucesso muitas vezes é interpretado por nós segundo a forma pela qual a sociedade o define, e não como Deus o vê. Ele é visto com olhos temporais em vez de ser visto com olhos eternos. Isso gera uma compreensão nebulosa do sucesso, e acaba resultando em buscas erradas. Um dia, todos nós compareceremos perante o Juiz do Universo, Jesus Cristo, e se tivermos feito nossa vida valer a pena através da sabedoria de Deus, seremos recompensados eternamente.

Da mesma forma, se nos perdermos em nossos afazeres, seremos punidos ou sofreremos uma perda eterna. Sendo assim, seria sábio gastar tempo procurando descobrir o que Ele espera de nós.

Este é o foco deste livro: fazer a sua vida valer a pena, não apenas hoje, mas por toda a eternidade. E a Bíblia é clara quanto à forma de alcançar esse objetivo; portanto, se queremos ser motivados pelo que é eterno, vamos começar adquirindo o entendimento do que isso significa.


ETERNIDADE

Leia com atenção estes dois versículos:

“Ninguém pode entender a eternidade.”

Jó 36:26 (ABV)

“[Ele] pôs a eternidade no coração do homem.”

Ec 3:11

Eternidade. O que é? Como pode ser definida? Como pode ser entendida? Um dicionário americano a define como tempo infinito1, outro, como o estado de existência fora do tempo2. Como um dicionário pode definir que a eternidade existe dentro do estado temporal, e outro a definir como algo fora dele? E por que isto nunca foi questionado? Será que não questionaríamos um ou dois livros científicos se eles definissem que algo em nosso mundo existe em estados diferentes? Suponhamos que um livro definisse um peixe como um vertebrado que vive na água e outro registrasse que ele vive em ambientes secos. Imediatamente chegaríamos à conclusão de que um deles estava errado e o jogaríamos fora. No entanto, por que não questionamos e jogamos fora uma das definições de eternidade dos dicionários?

A verdade é que a eternidade não pode ser compreendida mentalmente. Nossas mentes são finitas e estão proibidas de captar conceitos relativos ao que é perpétuo ou eterno. Permita-me ilustrar o que digo. Pare por um instante e imagine onde se encontra o fim do universo. Pense nos seus limites exteriores. Se puder fazer isto, então o que você encontra na fronteira? Um muro? Do quê ele é feito? Qual a sua espessura? Será que o lado externo do muro seria o ponto exato do fim do universo? Se for, o que há além da parte exterior do muro? Mais espaço? Isso não viria a ser uma continuação do universo? Onde fica o fim? Apenas pare e pense nisto.

Ou que tal um poço sem fundo? Pode se imaginar caindo em um buraco onde você nunca para de cair? Você nunca atingiria o solo nem o veria; apenas continuaria caindo e caindo para sempre. Duas coisas, e não apenas uma, causam um curto circuito em nosso raciocínio aqui: primeiro, a ausência de fundo; segundo, um tempo interminável de queda. É difícil de compreender e soa como um conceito de ficção científica, mas existe um lugar assim que é mencionado sete vezes nas Escrituras.

E quanto ao próprio Deus, o Criador do homem? Faça uma pausa por um instante e pense em Seu começo, ou, eu deveria dizer, em Seu “não-começo”. As Escrituras afirmam que Ele é “de eternidade a eternidade”. Se Ele não nasceu, se ninguém o criou, então como Ele começou a ser quem Ele é? Como evoluiu? A verdade é que Ele não evoluiu à condição de Deus, pois o salmista declara: “Antes que os montes nascessem e se formassem, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90:2). Medite nisto por algum tempo e você frustrará o seu raciocínio intelectual, pois, como Jó escreveu, “ninguém pode entender a eternidade”.


COLOCADA EM NOSSOS CORAÇÕES

O que na verdade é declarado como inatingível pela nossa mente natural foi colocado em nosso coração pelo Criador. Nosso coração reconhece a eternidade. Ela nasceu em cada ser humano. É por isso que “diz o insensato no seu coração: ‘Não há Deus’” (Sl 14:1; ênfase do autor). Observe que o versículo não afirma “diz o insensato em sua mente”. Há muitos ateus que negam enfaticamente a existência de Deus, mas bem lá no fundo eles sabem que Ele existe, pois essa certeza foi plantada bem no fundo de seus corações. Eles ainda não endureceram o coração até o ponto da total degeneração.

Tenho um amigo que, anos atrás, era ateu convicto (ou, ao menos, pensava ser) e não permitia que ninguém testemunhasse para ele. Na verdade, certa vez arrancou a Bíblia das mãos de um colega de trabalho, atirou-a no chão e pisou nela, amaldiçoando o homem e sua Bíblia. Ele acusava aquele homem cristão de ser fraco e destituído de cérebro.

Mais tarde, após anos de ateísmo confesso, ele passou a sentir fortes dores no peito.

Os médicos o abriram para fazer uma cirurgia exploratória e imediatamente o fecharam. Os especialistas lhe disseram que ele tinha menos de vinte e quatro horas de vida. Deitado na cama naquela noite, ele percebeu que estava indo para o seu eterno lar, e que não era absolutamente o lugar onde ele queria terminar. Como sabia disso, já que não permitia que ninguém compartilhasse as Escrituras com ele? Só podia ser porque ele tinha a eternidade plantada em seu coração, assim como as Escrituras afirmam com relação a toda a humanidade: “Porquanto a verdade sobre Deus é conhecida por eles instintivamente. Deus colocou este conhecimento no coração deles” (Rm 1:19; NLT).

Naquela mesma noite, seu coração parou. Ele deixou seu corpo e desceu para as densas trevas. A escuridão era tão profunda que ele achou que estivesse vestido com ela; nem um raio de luz podia ser visto. Depois de cair por um bom tempo, segundo lhe pareceu, ele ouviu os gritos aterradores das almas em tormento. Foi puxado por uma grande força até os portões do inferno, quando, de repente, viu-se dentro de seu corpo novamente. Ele voltara a viver.

Na manhã seguinte, telefonou para o único cristão que conhecia. Seu amigo veio e lhe proclamou as boas novas da salvação por meio de Jesus Cristo. Após recebê-lo como seu Senhor e Salvador, seu amigo orou por ele pedindo cura. Três semanas depois, saiu do hospital andando e ainda está vivo enquanto escrevo este livro. Ele é um milagre ambulante.

Como ateu, ele proclamava que Deus não existe, mas a eternidade estava plantada em seu coração. O insensato, por outro lado, é aquele que não apenas negou a Deus mentalmente, mas que resistiu em seu coração até o ponto de cauterizar a sua consciência. Esse está fora de alcance. Uma coisa é prender-se a uma convicção em seu intelecto que pode ser mudada; outra coisa bem diferente é endurecer completamente seu coração. O dicionário bíblico New Unger’s Bible Dictionary dá esta definição:

“Nas Escrituras, o insensato é, em essência, a pessoa que abandona o temor de Deus e pensa e age como se pudesse desconsiderar de forma segura os princípios eternos da justiça de Deus” 3.

O insensato pode, na verdade, reconhecer Deus em sua mente, mas nega a existência dele em seu coração, o que se reflete na forma como vive. O temor de Deus é o que mantém nosso coração ao alcance do Espírito Santo; se esse temor se perder, não restará qualquer esperança para nós. Paulo disse: “Irmãos, descendência de Abraão, e vós outros os que temeis a Deus, a nós nos foi enviada a palavra desta salvação” (Atos 13:26, ênfase do autor). Somente aqueles que temem a Deus são capazes de ouvir as palavras de vida eterna.


DEFININDO ETERNIDADE

A eternidade foi plantada em nossos corações, muito embora seja impossível compreendê-la com o nosso intelecto. Sendo assim, para que possamos defini-la, peço que você ouça seu coração; na verdade, faça o mesmo para se beneficiar de todo este livro. Como fazer isso? Em primeiro lugar, reconheça que você precisa do Espírito Santo e peça-lhe ajuda, o que já fizemos (veja a Introdução). Ele terá comunhão com o seu homem interior, e não com a sua mente. Em segundo lugar, faça pausas para refletir e meditar quando seu coração tiver sido tocado ou for envolvido por certas declarações e verdades. Não leia este livro correndo; se fizer isso, o benefício a ser recebido poderá ser limitado. Para usufruir de todo o impacto da palavra eterna de Deus, siga esses dois passos e você será transformado para sempre. Davi disse: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119:11). Não leia simplesmente para ter um entendimento intelectual, que pode ser facilmente esquecido ou perdido, mas permita que a Palavra de Deus seja escondida em seu coração por meio da contemplação e da oração.

A eternidade dura para sempre; ela não tem fim. Entretanto, não se trata simplesmente de um tempo que jamais acaba. Falar de eternidade em termos de durabilidade perpétua é perder a idéia geral. Para capturar a melhor visão da eternidade, precisamos olhar para o próprio Deus. Ele não é limitado em poder, conhecimento, sabedoria, compreensão ou em glória, para citar apenas algumas de suas características. Ele é autoexistente; para sempre foi e para sempre será Deus. Ele é chamado de “Pai Eterno” (Is 9:6; NTLH). Algumas traduções da Bíblia dizem: “Pai da Eternidade”4. Ele também é chamado de “Rei da Eternidade” (1 Tm 1:17; AMP). Tudo o que é eterno encontra-se nele. Tudo o que está fora dele é temporal e sofrerá mudança. Não importa o quanto alguma coisa pareça boa, nobre, poderosa ou duradoura, no final ela deixará de existir.

Até a terra e o universo sofrerão mudanças, mas Ele não.

No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual vestido; também, qual manto, os enrolarás, e como vestidos serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim. Hb 1:10-12 (NLT)

Ele não apenas jamais deixará de existir, como também permanecerá eternamente o mesmo. As Escrituras declaram:

Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada. 1 Pe 1:24-25

Ele é eterno; portanto, o que Ele diz é eterno. Ele não pode mentir, nem o que diz pode ser quebrado. Se não fosse assim, tudo se precipitaria na escuridão total, pois Deus é luz e sustenta todas as coisas pela Sua Palavra. Nunca pode haver mudança naquilo que Ele diz, do contrário não seria mais eterno. Esse é um firme fundamento sobre o qual podemos edificar as nossas vidas.


JULGAMENTOS ETERNOS

Muitas pessoas hoje em dia não estão edificando suas vidas sobre o que é eterno – a Palavra de Deus – mas sim sobre o pensamento cultural, as tradições, suposições e percepções emocionais a respeito de quem Deus é. Isso não se aplica somente a pessoas que não são cristãs, mas a muitos crentes também. É assustador acreditar em algo temporal como se fosse a verdade eterna. Se esse for o seu caso, seu fundamento está defeituoso e por causa dele você está prestes a cair. Você está acreditando em uma mentira e vivendo num estado de total engano.

Fico impressionado com a quantidade de pessoas que encontro que baseiam sua vida naquilo que não é eterno. Alguns me falam acerca de Deus e de sua crença em Seu Filho, mas aquele a quem confessam simplesmente não é Aquele que está revelado em Sua Palavra. Que grande engano! Como podem acreditar em algo concebido por suas próprias mentes e que foi moldado por uma sociedade que já se declarou contrária à natureza de Deus? Jesus disse:

Quem... não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.

Jo 12:48-49 (ênfases do autor)

Haverá um Dia do Julgamento, o qual tem sido pré-ordenado desde a fundação do mundo (At 17:31). Aquele dia não trará novas revelações da verdade; antes, todas as coisas serão mensuradas por aquilo que já foi dito. A Palavra de Deus, que já possuímos, nos julgará naquele último dia. Ela é eterna. Ela é definitiva. Não haverá exceções, alterações, revisões. Não seria de grande proveito conhecer e viver de acordo com o que Ele diz, em vez de supor o que Ele teria dito?

Os julgamentos feitos naquele dia são chamados de eternos (Hb 6:2). Em outras palavras, as decisões tomadas na ocasião, que serão baseadas em como alinhamos nossas vidas com a eterna Palavra de Deus, determinarão como passaremos o resto da eternidade! Jamais haverá qualquer mudança nessas decisões, por isso elas são chamadas de julgamentos eternos.

Muitos, dessa forma, tanto crentes quanto não-crentes, sem saber estão permitindo que o julgamento previsto se precipite na direção deles, sem darem espaço para maiores indagações. Eles colocam falsas esperanças em conceitos que não se encontram na Bíblia. Alguns pensam que Deus levará em consideração todo o bem que fizeram, e que, se superarem as coisas más, acharão graça. Outros que professam a experiência do novo nascimento pensam que, uma vez tendo Jesus como Salvador, não comparecerão perante Ele como Juiz. Acreditam estar isentos de qualquer forma de julgamento. Terão uma grande surpresa. E outros, ainda, creem que tudo simplesmente acabará bem. Estão confiando numa misericórdia antibíblica.

Nenhum desses conceitos é o que o Novo Testamento revela e ensina. Tais noções, e muitas outras que as pessoas tiraram da própria imaginação são temporais e não eternas, e não prevalecerão naquele dia. Haverá homens e mulheres estupefatos, e eu pessoalmente creio que haverá mais cristãos professos chocados no Dia do Julgamento do que não-cristãos.


CONFIANÇA NO DIA DO JULGAMENTO

Não temos de passar pelo julgamento com medo, mas podemos nos apresentar naquele dia com confiança:

À medida que vivemos em Deus, nosso amor é aperfeiçoado. Assim, não teremos medo no dia do julgamento, mas podemos enfrentá-lo com confiança, porque somos como Cristo aqui neste mundo.

1 Jo 4:17 (NLT)

Observe as palavras “à medida que vivemos em Deus, nosso amor é aperfeiçoado”. A chave que nos dará confiança no Dia do Julgamento é o amor de Deus aperfeiçoado (ou amadurecido) em nós. É nisso que muitos na igreja vacilam. Eles veem o amor de Deus à luz daquilo que é temporal, e não à luz do que é eterno. Existe um amor e uma bondade que são admirados pela sociedade e por muitos na igreja, mas eles são determinados por medidas humanas e contrários ao amor de Deus. Deixe-me ilustrar alguns tipos comuns.

“Nós nos amamos muito e planejamos nos casar”. Isso geralmente é dito por duas pessoas que estão fazendo sexo fora do casamento. Não apenas eles estão em pecado, mesmo que acabem se casando, como também aqueles que – como já testemunhei muitas vezes – fizeram esse tipo de afirmação e terminaram não se casando.

Esqueceram-se da exortação bem clara que diz: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hb 13:4; NVI). Observe que Ele não diz “os imorais e os adúlteros que não frequentam a igreja”, mas sim todos os que têm esse estilo de vida.

“Sei que não dissemos exatamente a verdade, mas isso ajudará a fechar o negócio e nós garantiremos que eles tenham um tratamento justo”. Homens de negócio geralmente falam dessa maneira quando querem garantir uma venda que realmente acreditam que seja boa para as pessoas, mas precisam torcer um pouco os fatos para fazer com que o cliente avance na sua decisão. Isso não apenas é o pecado da mentira, como quase sempre a negociação feita é muito boa para a pessoa que faz esse tipo de declaração.

Será que esqueceram a advertência de Apocalipse 21:8? “Todos os mentirosos (aqueles que deliberadamente transmitem a mentira por palavras ou atos) – [todos estes terão] a parte que lhes cabe no lago que arde com fogo e enxofre” (AMP).

“Tudo o que eu disse a respeito dele é verdade”. Em geral, essa frase é ouvida quando as pessoas estão falando negativamente (fazendo fofoca ou difamando) de um colega de trabalho, amigo, patrão, etc. Elas podem agir como se amassem a pessoa ou estivessem preocupadas, mas, na verdade, trata-se de difamação. O fato é que você pode estar cem por cento certo e ainda assim estar errado de acordo com os padrões eternos. Se você se lembra, o filho mais novo de Noé, Cam, relatou com precisão a seus irmãos sobre a nudez e embriaguez de seu pai. No entanto, uma maldição que durou gerações caiu sobre a sua descendência como resultado de Cam ter desonrado Noé ao falar dele. Será que as pessoas que fazem fofoca e difamam outras se esqueceram da exortação aos crentes registrada em Tiago 5:9? “Não murmureis uns contra os outros, irmãos, ou Deus os julgará. Porque, vejam! O grande Juiz está vindo. Ele já está às portas!” (NLT).

Os exemplos são incontáveis, mas o que há de comum em todos eles é o fato de serem contrários à eterna vontade de Deus. O fato aterrador é que muitos que vivem dessa maneira e que fazem tais afirmações aparentemente inofensivas podem frequentar a igreja, ser muito gentis e educados, e vistos como cidadãos modelo. Mas como eles estão do ponto de vista eterno? João deu a resposta sobre como aperfeiçoar (amadurecer) o amor de Deus em sua carta:

Aquele que diz: “Eu o conheço” [eu o sinto, reconheço, entendo e tenho intimidade com ele (Jesus Cristo)] e não guarda os seus mandamentos (ensinamentos) é mentiroso, e nele não está a Verdade [do Evangelho]. Aquele, entretanto, que guarda [valoriza] a sua Palavra [que tem em mente os seus preceitos, que observa a sua mensagem na sua totalidade], nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus.

1 Jo 2:4-5 (AMP; ênfase do autor)

Lembre-se de que é o amor de Deus aperfeiçoado (amadurecido) que nos dá confiança para nos apresentarmos perante o nosso Juiz. João deixa claro que o amor de Deus é aperfeiçoado ao guardarmos os Seus mandamentos, e não nos portando de uma maneira que seja boa aos olhos da sociedade. Tenha em mente que Eva não foi atraída para o lado mau da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas para o lado bom! “A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer” (Gn 3:6; NTLH, ênfases do autor). Há um bom e belo aos olhos e ao raciocínio do homem que é contrário ao eterno amor de Deus. Trata-se de algo que não é eterno e que não durará.

As Escrituras também afirmam que não podemos observar uma parte dos mandamentos de Deus e acreditar que teremos confiança no Dia do Julgamento. É quando observamos atentamente a Sua Palavra na sua totalidade que o amor de Deus é amadurecido. É por isso que Deus nos dá graça; ela nos dá a capacidade de obedecer à Sua Palavra completamente e de uma forma aceitável. “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável” (Hb 12:28).

A chave é saber o que o Rei deseja e busca, e não o que parece bom aos olhos da sociedade ou esteja de acordo com o raciocínio humano. Por este motivo, Deus nos diz:

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). Aquilo que pode parecer bom para a nossa cultura pode ser uma afronta aos desejos de Deus – o eterno.

Permita-me usar uma ilustração. Estou neste instante sentado em um hotel em Cingapura, onde estarei pregando para aproximadamente vinte mil pessoas neste fim de semana. Já estive nesta grande nação muitas vezes. Também preguei o Evangelho na Holanda em algumas ocasiões. Na Holanda não é contra a lei ter maconha nos bolsos ou mesmo fumá-la em público. As pessoas podem fumá-la legalmente sem sofrer qualquer penalidade. No entanto, em Cingapura, se uma pessoa for apanhada com uma certa quantidade de drogas (e uma quantidade bem pequena), ela será presa e punida severamente. Se ela for apanhada com determinadas drogas, a punição é morte por enforcamento! Quando voamos para Cingapura, vemos escrito no cartão de entrada:

“Morte aos Traficantes de Drogas nos Termos da Legislação de Cingapura”.

Ora, você pode imaginar um jovem holandês que fuma maconha regularmente viajando para Cingapura, e compartilhando a sua erva com os cingapurianos? Ele diz satisfeito a esses novos amigos: “Ei, rapazes, esse negócio é demais. Acalma, dá uma onda legal e tira todas as suas frustrações. Vocês não querem experimentar um pouco? Eu teria prazer em compartilhar com vocês”.

Ele é preso imediatamente e fica em estado de choque. “Por que vocês estão me prendendo?” é a primeira pergunta que sai de sua boca dirigida aos policiais.

O dia do julgamento chega. Ele está de pé diante do juiz, acreditando de todo o seu coração que aquilo é algum tipo de obra do acaso. O juiz pronuncia sua culpa e punição.

O homem, em choque, diz: “Excelência, no lugar de onde venho é comum compartilharmos maconha com nossos amigos”.

Então o juiz diz: “Você não está na Holanda, você está em Cingapura, e em nosso país isso é contra a lei!”

A confiança do holandês se foi; ele não tem nada mais onde se firmar. Não é possível qualquer recurso, uma vez que ele está diante do tribunal superior daquela nação, condenado a não ter qualquer defesa.

Quando estive em Cingapura há vários anos, havia um jovem americano que foi preso por cometer atos de vandalismo contra um automóvel. Ele foi preso, considerado culpado e condenado a vários golpes de Rotan – uma punição que inflige danos físicos permanentes ao se chicotear uma pessoa na parte posterior do corpo com um tipo de planta de bambu tratada com produtos químicos. Até mesmo o presidente Clinton tentou atenuar a pena do jovem. Entretanto, ele não teve êxito. O jovem quebrou as leis de Cingapura e teve de sofrer a sua pena.

Todos nós compareceremos diante do Supremo Tribunal do Universo. A decisão desse tribunal será eternizada. Muitos ficarão chocados, mas eles não precisam ficar. Você está pronto? De acordo com a Palavra de Deus, podemos comparecer perante o Juiz do universo com confiança. Este livro destina-se a ajudar você a preparar-se. Se aquele jovem holandês tivesse dedicado tempo a aprender e a preparar-se para entrar em Cingapura, ele teria evitado uma penalidade severa. E é extremamente importante para nós fazermos isso, pois a decisão a ser tomada no Trono do Julgamento durará para sempre.


RECOMPENSAS

Haverá mais de um julgamento. Haverá um julgamento para os incrédulos, outro para os crentes, e até mesmo um para os anjos. As decisões tomadas irão variar. Haverá perdas e punições; e também recompensas. Analisaremos a questão com maior profundidade nos próximos capítulos, mas deixe-me assinalar novamente que as decisões tomadas serão eternas – e essa verdade não deve ser menosprezada (mais uma vez, tente captar mentalmente o sentido de “interminável”). É a vontade de Deus que saibamos disto antecipadamente e que nos esforcemos para obter as recompensas. Paulo disse: Não sabem vocês que, em uma corrida, todos os corredores competem, mas [apenas] um recebe o prêmio? Então, corram [a sua corrida] de tal maneira que possam alcançar [o prêmio] e torná-lo seu. Ora, todo atleta que entra em treinamento se porta de forma moderada e se domina em todas as coisas. Eles fazem isto para ganhar uma guirlanda que logo murcha, mas nós [fazemos isto para receber uma coroa de bênçãos eternas] que não pode murchar. Por isso, não corro de forma incerta [sem meta definida]. Não luto como alguém que desfere golpes no ar sem ter um adversário. Mas [como um boxeador], esmurro o meu corpo [trato-o com rigidez, disciplino-o por meio das dificuldades] e o subjugo.

1 Co 9:24-27 (AMP, ênfase do autor)

Ele está dizendo claramente: “Não corro de forma incerta (sem um objetivo definido)”. Uma outra versão diz: “Então corro direto para o alvo com propósito em cada passo” (NLT). É exatamente isto que cada ser humano deve fazer: correr com a certeza e o propósito de vencer. Não estamos competindo com os outros, apenas com nós mesmos.


MOVIDO PELAETERNIDADE

Apenas pensar que tudo acabará dando certo no Trono do Julgamento não é o bastante. Não temos desculpas, pois Deus fez com que a Sua vontade se tornasse disponível para nós. Haverá multidões de pessoas que se saíram bem em relação a outras com quem se compararam, mas que não permitiram que o eterno dirigisse e preenchesse suas vidas.

Daí o título deste livro – Movido pela Eternidade.

A palavra mover significa “impulsionar”. Também quer dizer “dirigir, controlar ou direcionar”. Outra definição é “fornecer a força motriz a”. O que está guiando e motivando a nossa vida nesta terra? As coisas eternas ou as temporais? Ela está baseada na sabedoria divina? Ou estamos nos comparando com os outros? Ou temos dado ouvidos a bajulações, tradições ou mitos proclamados em certos púlpitos ou em certas escolas? Será que aquilo sobre o qual edificamos as nossas vidas permanecerá perante Ele no Trono do Julgamento, ou nossos esforços serão perdidos para sempre?

Lembre-se, nós já sabemos qual será o critério de julgamento: “... a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12:48).

Muitos ficarão estarrecidos ao comparecerem diante de Jesus Cristo no Dia do Julgamento. O maior número deles não será de incrédulos, mas de cristãos professos!

Sim, serão aqueles que encontraram segurança no que o Novo Testamento ensina, mas deixaram de procurar o sentido geral de todo o quadro. Minha pergunta a vocês é esta: querem descobrir a verdade depois que a decisão eterna tiver sido tomada e quando já for tarde demais para uma mudança, ou preferem saber agora qual será o critério segundo o qual serão julgados?

O próximo capítulo terá início com uma alegoria, uma espécie de exemplo para auxiliar nossa compreensão, que prosseguirá no capítulo subsequente. Leia com atenção e procure lembrar-se dos detalhes, pois faremos referência a eles com frequência. A história desse exemplo será concluída no capítulo 8, e as verdades serão debatidas ao longo do restante do livro. O livro gira em torno dessa alegoria, portanto, não pule essa parte porque você poderá desejar consultá-la novamente à medida que o ensino for progredindo.

A maior parte do que compartilho neste livro Deus tratou comigo pessoalmente com severidade. Dividirei com o leitor alguns dos meus próprios erros, que foram examinados pelo Espírito Santo sob o microscópio da Sua Verdade. Minha esperança é que isto motive você a consultar as Escrituras com atenção a fim de ter um fundamento firme sobre o qual possa estar de pé no Dia do Julgamento. Abordarei alguns dos principais conceitos errados de nossa sociedade que fazem com que homens e mulheres vivam distantes daquele que professam como Salvador. Você ficará chocado, desconcertado e, algumas vezes, se sentirá censurado, mas tudo isso será seguido de esperança, promessa e consolo.

Se você é corajoso, deseja a verdade e tem um coração sedento por Deus, então vamos seguir em frente. Você ficará feliz por ter tomado essa decisão! Encare esta exortação como algo pessoal:

O dom de Deus restaurou o nosso relacionamento com Ele e nos devolveu a nossa vida. E ainda há mais vida por vir – uma eternidade de vida! Vocês podem estar certos disto. Quero que vocês estejam firmes. Sejam confiantes neste assunto, de modo que aqueles que colocaram a sua confiança em Deus se concentrem nas coisas que são absolutamente necessárias e boas para todos.

Tt 3:7-8 (MES)


Playlist no Canal Atalaia do Senhor , divulgada pelo Canal Yeshua Brasil


#movidopelaeternidade #johnbevere #rosainescruff

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